Capítulo 18

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- Demorei? – Perguntei ainda seca, porém desarmada por tudo que havia em minha cabeça.

- Um pouco. – Só então ele pareceu reparar em meus olhos, eles deveriam estar muito inchados. – Está tudo bem? – Ele pareceu desconcertado a me ver chorar. – Olha. Se for por causa do que eu falei antes. Desculpe-me, não queria te magoar e eu não sei o que...

- Poupe-me senhor Herrera, não se iluda que minhas lágrimas a ti pertencem. Vamos, tens que pegar Julia para que possa ir para casa.

Ele se calou. Seguimos o trajeto até minha casa novamente em silêncio, quando estacionei, perguntei logo por Fábio. Iria pedir para que ele levasse os dois, eu não queria de enfrentar novamente aquele silêncio, melhor que Fábio o levasse. E que Miguel melhorasse, e então por fim acabaria meu vinculo com aquela família. Não que o quisesse, mas Alfonso pensava tão mal de mim, que seria bem melhor o distanciamento.

Ao entrarmos em casa, no entanto tivemos uma pequena surpresa. O sofá estava aberto, na sala o sofá era retrátil, não virava exatamente uma cama, mas ficava comprido o suficiente deixar as pernas bem esticadas ao ver televisão.

Porém, caberiam perfeitamente duas crianças dormindo de lado. Julia e Aninha estavam de pijama, reconheci o pijama de Ana Paula em Julia também. Ambas dormiam uma de costas para outra, porém bem coladas. Aninha segurava o "Gifinho", uma pelúcia em formato de girava que tinha desde o um ano de idade e Julia estava agarrada a um urso também de pelúcia que havia lá em casa e Aninha não usava a anos.

Linda logo se aproximou de nós, assim que fechamos a porta.

- As duas comeram e brincaram muito, como vocês demoraram, achei melhor colocar as duas para descansar. Dormiram vendo a pequena sereia. E Aninha deu um urso para Julia dormir, já que não larga o Gifinho. – Murmurou.

- Vou colocar Aninha no quarto, você pode levar Julia para o carro e...

- Não. – Alfonso murmurou vendo as duas dormirem. – Tudo bem... Deixe as duas juntas, eu acho que vão fazer bem uma a outra. – Percebi que seus olhos se renderam a aquela cena. E não pude conter um sorriso de aprovação.

- Vamos deixar as duas na sala então. – Em seguida peguei algumas almofadas e coloquei na volta, para caso elas caíssem daqui não se machucassem. Logo fitei Alfonso novamente. – E o senhor pode ir para o seu quarto quando desejar.

- Por favor, me chame de Poncho. – Sorriu cordial e eu assenti.

Pude o ver aproximando-se de Julia e dando um beijo em sua face.

- Papai. – Uma voz embargada pelo sono veio do sofá. – Como está meu irmãozinho?

- Ele está bem melhor meu amor, amanhã se o médico deixar, eu te levo para vê-lo. – Ele acariciou os cabelos da filha e lhe deu um beijo na testa. – Agora volte a dormir.

Julia dormiu em seguida e Aninha nem se acordou. Em seguida pude ver Alfonso seguindo o caminho de seu quarto, e eu subindo as escadas fui para o meu. A noite ia ser difícil de dormir.

"Você precisa de um tempo, desprender-se é bom. Você sabe melhor que eu que é um milagre o coração ainda estar batendo.". Isto não saía da minha cabeça, e meus olhos novamente marearam. Resolvi descer e ir a cozinha tomar um copo d'agua.



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O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora