Capítulo 62

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- Como ela está? – Disse já indo dar um beijo em Sophia. Ela parecia muito melhor disposta hoje.

- Ela está bem, as dores estão intensas. Provavelmente logo terá que tomar remédios que a farão dormir novamente. Estava tentando mantê-la sem dor para poder ficar um pouco contigo antes de ter que ir dormir novamente. – Sophia segurava a mão de Rodrigo enquanto me olhava.

- Obrigada, isso é... – Suspirei. – Realmente importante para mim.

- Eu sei. Ela ainda está com uma pressão muito forte por conta do inchaço e do coágulo. Os exames de hoje podem nos dar uma possibilidade de cirurgia.

- Isso é ótimo. – Disse com um sorriso grande na face. Sabia dos riscos da cirurgia, e também sabia de como ela poderia ficar bem com uma cirurgia bem sucedida.

- Vou deixar você só com ela, não demorará mais que meia hora para ela precisar tomar medicação sedativa de novo. – Ele falou levantando-se.

- Meia hora? – Prendi a respiração mesmo sem perceber.

- Anahí, - Rodrigo suspirou – ela está acordada, fora do coma. Aceite o tempo dela, é só por mais um tempo.

Assenti agora mais calma.

- Oi princesinha da mamãe. – Sentei-me sobre a cama de hospital, ela estava sentada também, a cama reclinável estava quase em um ângulo de noventa graus, e as almofadas do lado e na frente não a deixavam cair.

- Mazinha. – Disse ela sorrindo para mim.

- Quer pintar meu amor? Mamãe trouxe canetinhas colorida e revistas.

Ela me olhou animada, não precisava de mais nenhuma palavra, já tinha minha resposta. Peguei a mesa onde geralmente colocavam comida e ajeitei a sua altura, lhe dei canetas e abri o desenho na foto de um gatinho. Ajudei a abrir a caneta de cor verde, e ela começou a tentar pintar as orelhas do gato.

Reparando em seu modo de se expressar, bem como o modo que utilizava para pintar o desenho. Mesmo que enfraquecida e que isso pudesse atrapalhar a sua coordenação, eu podia perceber que Sophia havia parado no tempo, era uma criança de dois anos no corpo de uma criança de quatro.

- Filha. – Papai entrou pela porta com um sorriso nos lábios.

- Oi pai. Viu como minha fadinha está bem?

- Sim, ela está cada vez melhor. – Ele se aproximou e olhou o desenho que Sophia pintava. Talvez reparasse exatamente no que eu havia reparado.

- E então papai? – Fitei-o. – Acha que Sophia consegue recuperar esses dois anos?

- Ela recuperou a vida inteira minha filha. – Ele sorriu e veio me abraçar. – Quem diria que a veríamos assim hoje? Recuperar dois anos não é nada perto disso, Sophia irá tirar isso de letra. Né princesa do vovô?

- "Pinxeja não, fainha." – Disse emburrada com uma dificuldade enorme de suportar sua própria cabeça sobre o pescoço. Nós dois rimos. Sim, ela sempre seria minha fadinha.


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Que momento own *-* 

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora