- Tchau mamãe. – Aninha abraçou Marichello e finalmente a deixou ir.
- Ei, Aninha. Quer tomar um sorvete? – Convidei-a assim que o taxi partiu.
- Sim, tititi. – Disse contente e dando pulinhos em meu colo.
- Então vamos entrar e pegar a bolsa da tititi, depois nós vamos ali. – Apontei para a sorveteria do outro lado da rua. – A sorveteria abriu essa semana e acho que é muito justo nós irmos conferir se é boa.
- Claro tititi. – Ela sorriu cumplice e fomos pegar a bolsa.
Não cheguei a pegar a bolsa, peguei apenas o dinheiro. Atravessamos a rua, e servimos um sorvete. Seria correto jantar antes e depois dar a sobremesa, mas Aninha não iria morrer por um dia fora da rotina, e nem eu. Combinamos que mais tarde ela iria comer tudo, sem reclamar. Do jeito que Aninha era comilona, não duvidava que iria cumprir a promessa.
Convidei Linda para ir conosco, no inicio se recusou, mas depois de um pouco de insistência ela acabou aceitando. Pegamos os sorvetes e fomos até a pracinha da esquina, já era tarde, mas a praça era muito bem iluminada.
Sentamo-nos a um banco da praça para comer. Ainda havia alguns pais com crianças, então assim que Aninha terminou o sorvete, ela foi se juntar as crianças para brincar.
- Sempre cheia de energia. Até parece você quando pequena. – Linda falou com um sorriso nos lábios, tinha certeza que por um momento tinha voltado ao passado e se lembrado de mim em uma situação parecida. Em um parque brincando com as crianças.
- Posso lhe fazer uma pergunta? – Fitei-a, mas sem tirar minha atenção de Aninha. Apesar de haver pessoas no parque, era fim da tarde e não custava ter a atenção redobrada.
- É claro, senhorita Portilla. – Linda sorriu para mim.
- Por favor, já lhe disse para não me chamar assim. Faz isto desde quando era pequena, apenas Anahí. – Sorri e ela assentiu. – Quando eu tinha a idade de Ana Paula, eu era uma criança fútil? – Senti Linda engasgar com a pergunta. – Me fale a verdade, por favor, Linda eu necessito saber.
- De fato você era uma criança extremamente agradável Anahí. Sinto, não entendo por que de sua pergunta.
- E quando eu comecei a mudar? Quando eu perdi a doçura? Quando eu parei de me importar. – Por um momento fiquei procurando eu mesma a resposta e confesso que perdi a atenção em Ana Paula por alguns instantes.
- Anahí não seja dura consigo mesma, claro que mudou um pouco. Porém não creio que seja como suas amigas se é isto que te preocupa. Você sempre fora uma menina doce e meiga, e eu ainda vejo parte disto em você.
Não sei se Linda disse mais alguma coisa, logo minha atenção voltou para Ana Paula. Havia um mendigo correndo extremamente rápido com um carrinho de bebê, vi a hora que ele passou por uma pedra e quebrou uma das rodas da frente quase caindo com tudo. Ele estava tão perto de Aninha que mesmo sem entender o que estava acontecendo, voei para lá deixando Linda para trás. Não percebi no momento, porém ela veio atrás de mim.
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...