Capítulo 89

791 49 0
                                    

Estava tudo combinado. Marichello dormiria lá em casa, e levaria Ana com ela, isso entreteria Julia, e ela ficaria responsável pelas duas. Miguel ficaria com Linda, ele gostava muito de Linda e a reciproca era verdadeira.

Depois da festa Fábio me largaria no hospital e Poncho em casa. Já havia uma mochila com mudas de roupa. Dormiria no hospital, já que fazia alguns dias que Sophia começara a ficar mais tempo acordada, mal precisava de sedativos, a dor havia diminuído bastante, porém quando tinha, eram dores extremamente fortes.

- Poncho, se importa se passarmos no hospital antes de irmos para festa?

- Claro que não. – Sorriu.

Meu coração doeu por ver Sophia. E não conseguiria ir a festa sem antes passar lá, cheguei e ela estava bem, havia sentido dores e havia dormido. Deram uma sedação forte, e ela ficaria ao menos cinco horas apagada. Ou seja, quando eu voltasse ela estaria acordando, e poderíamos ficar juntas. Adorava lhe contar histórias e dizer a ela o quanto a amava, e também já estava lhe ensinando algumas coisas com ajuda da fonoaudióloga.

- Daqui a pouco mamãe está de volta. – Beijei sua testa, senti-a um pouco febril, porém nada assustador.

De algum modo não queria me afastar dela, mas saí dali. Falei com Rodrigo sobre a febre e disse que ficaria no telefone para qualquer coisa. Percebi Poncho envolver minha cintura com sua mão quando Rodrigo se aproximou, e me senti atônita quanto aquilo.

No estacionamento chamei sua atenção.

- Já lhe disse, se quiser demarcar território Poncho, urine em um poste. Não gosto me de sentir como um pertence de alguém. Não tenho dono Poncho. – Fitei-o séria.

- Desculpe-me.

- Está certo. – Sorri de canto e lhe depositei um beijo na bochecha.

Entramos no carro e rumamos para a festa. Conferi se meu celular estava ligado, e quando por fim chegamos suspirei pesadamente. Ao entrar todos me cumprimentaram, e fizeram o mesmo com Poncho. Entrei de braços com ele, isso indicaria que era o meu par, ao mesmo tempo em que não nos daria o ar de termo algum compromisso sério. Embora o fato de estar com ele numa festa como aquela – mesmo sendo beneficente – já era uma demonstração de compromisso.

Logo avistei Lola, ela estava com seu par. Bibiana e Maite também estavam devidamente acompanhadas.

- Não acredito que ela trouxe aquele mendigo junto com ela. Irá passar vergonha. – Murmurou para Maite, tão alto que eu pude ouvir. Esperei que Poncho não ouvisse.

Acomodamo-nos a mesa que nos era reservada, e eu fui até as meninas que ficavam duas mesas ao lado. Isso terminaria de uma vez por todas.

- Olá meninas. – Disse com um grande sorriso falso no rosto, esperando que não soasse tão falso quando era.

- Oi Anahí. – Lola disse séria.

- Que bicho te mordeu Lola? – Maite fitou-a.

- Anahí, como você me trás um pobretão, mendigo para um evento como esse? Pelo menos saberemos onde encontrar o que for roubado. – Disse irritada.


--------------
Lola louca pra levar um soco no meio da cara. Só acho!

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora