Estava tudo combinado. Marichello dormiria lá em casa, e levaria Ana com ela, isso entreteria Julia, e ela ficaria responsável pelas duas. Miguel ficaria com Linda, ele gostava muito de Linda e a reciproca era verdadeira.
Depois da festa Fábio me largaria no hospital e Poncho em casa. Já havia uma mochila com mudas de roupa. Dormiria no hospital, já que fazia alguns dias que Sophia começara a ficar mais tempo acordada, mal precisava de sedativos, a dor havia diminuído bastante, porém quando tinha, eram dores extremamente fortes.
- Poncho, se importa se passarmos no hospital antes de irmos para festa?
- Claro que não. – Sorriu.
Meu coração doeu por ver Sophia. E não conseguiria ir a festa sem antes passar lá, cheguei e ela estava bem, havia sentido dores e havia dormido. Deram uma sedação forte, e ela ficaria ao menos cinco horas apagada. Ou seja, quando eu voltasse ela estaria acordando, e poderíamos ficar juntas. Adorava lhe contar histórias e dizer a ela o quanto a amava, e também já estava lhe ensinando algumas coisas com ajuda da fonoaudióloga.
- Daqui a pouco mamãe está de volta. – Beijei sua testa, senti-a um pouco febril, porém nada assustador.
De algum modo não queria me afastar dela, mas saí dali. Falei com Rodrigo sobre a febre e disse que ficaria no telefone para qualquer coisa. Percebi Poncho envolver minha cintura com sua mão quando Rodrigo se aproximou, e me senti atônita quanto aquilo.
No estacionamento chamei sua atenção.
- Já lhe disse, se quiser demarcar território Poncho, urine em um poste. Não gosto me de sentir como um pertence de alguém. Não tenho dono Poncho. – Fitei-o séria.
- Desculpe-me.
- Está certo. – Sorri de canto e lhe depositei um beijo na bochecha.
Entramos no carro e rumamos para a festa. Conferi se meu celular estava ligado, e quando por fim chegamos suspirei pesadamente. Ao entrar todos me cumprimentaram, e fizeram o mesmo com Poncho. Entrei de braços com ele, isso indicaria que era o meu par, ao mesmo tempo em que não nos daria o ar de termo algum compromisso sério. Embora o fato de estar com ele numa festa como aquela – mesmo sendo beneficente – já era uma demonstração de compromisso.
Logo avistei Lola, ela estava com seu par. Bibiana e Maite também estavam devidamente acompanhadas.
- Não acredito que ela trouxe aquele mendigo junto com ela. Irá passar vergonha. – Murmurou para Maite, tão alto que eu pude ouvir. Esperei que Poncho não ouvisse.
Acomodamo-nos a mesa que nos era reservada, e eu fui até as meninas que ficavam duas mesas ao lado. Isso terminaria de uma vez por todas.
- Olá meninas. – Disse com um grande sorriso falso no rosto, esperando que não soasse tão falso quando era.
- Oi Anahí. – Lola disse séria.
- Que bicho te mordeu Lola? – Maite fitou-a.
- Anahí, como você me trás um pobretão, mendigo para um evento como esse? Pelo menos saberemos onde encontrar o que for roubado. – Disse irritada.
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Lola louca pra levar um soco no meio da cara. Só acho!
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...