Capítulo 121

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- Eu não estou pedindo que me ame. – Falei quando percebi que ela não diria nada. – Mas se sente isso talvez seja a melhor hora de revelar seus sentimentos. – Um meio sorriso surgiu em minha face.

Talvez por um momento um ponto de esperança surgiu. Queria que ela me amasse. Era tudo errado, mas ainda sim queria que ela me amasse. Anahí era mais nova, era mais rica, a posição social não deveria significar nada, mas sabia que significava, ainda mais no meio que ela vivia. Quiçá ela não tivesse vergonha de mim em sua cama ou dentro de seu corpo, mas ainda não estivesse disposta a assumir-me diante da sociedade. Ou possivelmente não me amasse, fosse somente uma aventura sexual como ela tinha proposto no inicio.

Sei que estava me iludindo, mas se naquele momento houvesse uma pequena chance, eu me agarraria a ela.

- Eu tenho mais uma pergunta Poncho. – Por fim ela falou alguma coisa, porém não o que queria ouvir.

- Diga. – Falei em um suspirou.

- Por que você e o meu pai estão estranhos um com o outro?

- Não posso lhe responder isso. – Disse sinceramente.

- Como não? Disse que responderia qualquer pergunta se eu viesse aqui. Eu estou aqui, então responda minha pergunta. – Anahí estava séria, firme, sua atitude era até um pouco seca, defensiva.

- Veio apenas por isso?

- Quem faz as perguntas sou eu Poncho. Você prometeu. – Ainda no mesmo tom de voz, fitou-me nos olhos, talvez procurando o quanto eu fosse ser sincero na reposta.

- Está certo. Ele ficou bravo por termos dormido juntos, ele não achou certo que você cedendo sua casa e sua solidariedade, eu me aproveitasse de você, que eu transasse com você. – Respondi no mesmo tom.

- Se meter em minha vida, - ela esboçou um belo sorriso naquele momento – bem do feitio dele. – Então ela franziu o cenho. – Como ele soube que a gente teve relações sexuais?

Era bom eu pensar rápido. Aquilo eu não podia responder, pelo menos não naquele momento. Fechei os olhos e suspirei. Fora quando eu ouvi o barulho de batidas na porta. Salvo pelo gongo, deixando Anahí sentada a mesa, levantei-me rapidamente. Até chegar a porta outras batidas furiosas e agitadas ecoaram da porta.

- Já vai. Já vai. – Disse enquanto cruzava a casa, que não era nem tão grande assim.

Abri a porta e fitei um homem de pele clara e magricelo, nem precisava fitar o rosto para saber quem era.

- O que quer Piolho?

- Péssima noite pá resolvê volta pa maloca mermão. – Disse o garoto. – Os cara do otro bando matô o chefe daqui, o negocio vai fica maluco. Só avisei pra ti podê cuidá dos pirralho. Cê sabe que gosto dos muleke.

- Como assim? – Eu não processava o que ele queria dizer. Fazia muito tempo que o bairro apesar do tráfico era um ambiente pacifico.

- Hoje vai tê guerra de gangue mermão. Cuida dos muleke. – Então pude vê-lo saindo apressado ele estava com a arma na cintura, presa no cós da calça.


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OMG! O que vai acontecer? Que AyA fiquem bem <3

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora