Quando dei por mim Aninha já estava em meu colo, e eu estava frente a frente com o mendigo. Eu estranhei, não por preconceito, mas por que era muito difícil ver um homem assim naquela rua, geralmente não havia mendigos por ali.
- O que está havendo aqui. – Disse em um tom autoritário, mais autoritário do que queria. E agarrei Aninha de modo tão protetor que cheguei a assustá-la.
- Me ajude... Me ajude... – O homem estava desesperado, as lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas eu não entendia o porquê ele pedia tanta ajuda.
- O que houve? – Perguntei uma porção de vezes, mas o homem parecia desnorteado.
Foi então que ouvi uma voz no carrinho.
- Meu maninho está muito doente. – Uma voz infantil veio do carrinho. Foi então que vi a menina com o bebê no colo, o bebê não parecia nada bem, e a menina estava suada e cansada provavelmente de segurar o bebê.
Sem pensar duas vezes, virei-me para Linda.
- Por favor, leve Aninha para casa e mande Fábio para cá, agora. – Falei autoritária novamente, tentando me acalmar diante daquela situação.
Não sabia o porquê, mas havia de ajudar.
- Eu tenho que ir. – O mendigo respondeu várias vezes até o Fábio, meu motorista, chegar. Tive de segurá-lo ali algumas vezes para conseguir mantê-lo.
Logo que Fabio chegou com o carro o encostando à lateral da pracinha, ele me ajudou a colocar a menina, o bebê e o mendigo no carro, ainda desnorteado. Não o havia visto direito, apenas conseguia ver aquele bebê tão mole que mal que jamais conseguia se mexer. Sabia que ele não poderia pagar um hospital particular, então pedi para Fábio dirigir ao primeiro hospital público que conseguira.
Chegando lá, estava completamente lotado. Nunca havia visto tantas pessoas junto em um único lugar, o atendimento demoraria horas, mesmo a criança estando entre a vida e a morte.
- Não vamos ficar assim.
- Como? – Foi a primeira coisa que o homem havia dito desde que o havia colocado no carro. – Ele precisa de atendimento.
- Mas ele não pode esperar. Vamos leva-lo a outro lugar.
Voltamos ao carro, e Fabio dirigiu até um dos melhores hospitais da cidade. Lá havia médicos de minha confiança, e o menino que até então eu nem sabia o nome foi passado diretamente para a emergência e ia para o atendimento.
Voltando ali, vi o mendigo passando a mão entre os cabelos, a menina estava dormindo em seu colo, e seu ar era preocupado. Quando me viu, pude ver seus olhos verdes e brilhantes. Tão lindos envoltos em roupas rasgadas e sujas, além de um cheiro horrível.
- Não tenho como pagar. – Ele caiu em lágrimas.
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...