Capítulo 128

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Sophia estava na cadeira de rodas, ainda não tinha firmeza para andar sozinha, talvez dentro de alguns meses já poderia. Estava assinando os papeis da alta de Sophia. Estava acompanhada de três homens: Meu pai, meu namorado e o pai da minha filha. Minha irmã também gostaria de estar lá, mas ela estaria esperando em casa junto com a Aninha, Julia, Miguel, Linda e todos os demais empregados da casa.

Nos últimos seis meses, enquanto Sophia esteve acordada, ela já havia aprendido algumas coisas. Eu já era a mãezinha e não a mazinha, ela também já chamava Rodrigo de papai, Henrique de vovô, Mari e Poncho respectivamente de titia e titio. Também já conseguia estabelecer alguma comunicação básica e entender palavras mais complexas. Ainda se enrolava, mas estava em um processo crescente de aprendizado.

Quando os papéis ficaram prontos e Sophia foi liberada eu percebi que estava sozinha com a minha filha, os três guarda-costas haviam simplesmente evaporado. Rodrigo e meu pai provavelmente em alguma emergência, pois estavam em horário de trabalho. Porém Poncho, onde ele estaria?

Estava empurrando a cadeira para fora quando me recordei do pingente, o pingente de fada que minha mãe havia me dado representando minha filha. Eu o guardava em uma caixinha em casa, mas depois que Sophia acordou trouxe para ela. Percebi que ela não usava, deveria ter ficado em seu quarto hospitalar, tinha de voltar e buscar antes que alguém limpasse o quarto e o pingente simplesmente sumisse. Este não tinha um grande valor de mercado, mesmo sendo de ouro era pequeno, mas o valor sentimental que tinha naquela pequena fada era enorme. Era uma recordação que ligava minha mãe, minha filha e eu.

- Vamos passear de elevador? – Brinquei com Sophia que sorriu alegremente, ela adorava entrar naquela caixa minúscula de aço.

Entrei no elevador e apertei o botão com o andar. Fui até o quarto, abri a gaveta e agradeci mentalmente quando encontrei o pingente ali. Ao sair do quarto deparei-me com Rodrigo.

- Ah, você está aí.

- Desculpe Any, fui chamado para uma emergência. – Ele então abaixou-se a altura de Sophia. – Como está a princesinha do papai?

A menina respondeu com um sorriso terno e ele lhe deu um beijo sobre as bochechas já gordinhas. O laço entre pai e filha só aumentava, e tinha de confessar que estava orgulhosa de Rodrigo.

- Posso ir à sua casa vê-la depois do meu turno.

- Claro. – Respondi quase sem nem pensar.

Despedimo-nos em seguida, perguntei sobre meu pai e Poncho e ele disse não saber do paradeiro de ambos. Entrei no elevador com a animada Soph, e apertei o botão da garagem. Quando a porta do elevador se fechou, pensei em parar antes em outro andar. Talvez eles estivessem no escritório de meu pai. O relacionamento de ambos havia melhorado nos últimos meses, mas ainda havia algo estranho no ar.

Estava chegando a porta entreaberta do escritório do meu pai quando ouvi ambos conversando alterados, aproximei-me percebendo que a secretária não se encontrava ali. Quando ouvi melhor o motivo do assunto senti meu corpo inteiro gelar, como louca as lágrimas começaram a brotar em meus olhos, e eu só queria sumir dai, sair sem ser percebida. Porém Sophia não concordava comigo, e com um gritinho nos revelou atrás da porta. Meu rosto coberto por lágrimas, queria sair dali correndo, para mim não existia mais pai, não existia mais Poncho.


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OMG! O que aconteceu?! :O

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora