A Vida Da Ema

Cap 46

   Saímos de casa com o som ligado bem alto onde Caio tentavas procurar alguma musica que lhe chamasse atenção, ele passou em um musica da Maite e já ia mudando quando dei um tapa na sua mão, aumentei e comecei a curtir aquele ritmo de "Tu y yo", não demorou para que Maria começasse a cantar comigo, enquanto íamos em direção ao bar perto da casa da Kelly, paramos no farol e Maria implorou para trocar de lugar com Caio e ficar do meu lado, de tanto ela perturbar eles trocaram.

  Maria tomou posse do radio e fomos em direção ao bar, quando estávamos quase chegando vimos uma movimentação perto da casa dela, com muitos carros inclusive policiais, parei o carro ali mesmo e desliguei o radio, procurei meu celular e comecei a ligar, e como ninguém atendia, desci do carro e fui em direção a casa dela, todos ficaram no carro olhando sem entender nada e logo o carro dos meninos encostaram atrás.

  Chegando perto da casa um guarda me segurou e perguntou onde eu ia, insisti que não era da conta dele e que vim buscar minha "prima", ele pediu que eu aguardasse e foi falar com outro policial que estava distante, enquanto isso vi Renato se aproximando.

  - O que esta acontecendo ? - perguntou Renato colocando a mão em minha cintura.

  Eu não respondi, estava com medo, aflita e em choque, não conseguia ficar mais parada e queria invadir logo, enquanto o policial não voltava peguei meu celular e comecei a ligar freneticamente para Kelly, meus olhos começaram a encher de lágrimas, meu coração disparava, meu corpo tremia e tudo que eu queria ouvir da minha amiga de infância era um simples "alô". Renato percebendo a situação, me deixou e foi até o policial que havia falado comigo, eles conversaram e Renato fez sinal para que eu fosse até eles.

   - Então senhora, houve uma tentativa de assalto aqui nesta residência fomos chamados, chegamos mas não tinha mais ninguém, desculpa a demora e te deixar esperando, mas tinha que pedir autorização para te deixar entrar, as vitimas estão muito abalada ainda, mas a senhora lá dentro confirmou parentesco pela janela, a senhora já esta autorizada a entrar. - explicou o policial

  Eu apenas agradeci e sai correndo entrando na casa da Kelly, percebi Renato vindo atras de mim, entrei na sala e Kelly já se levantou e veio me abraçar. Eu podia sentir seu coração quase saltando do seu peito, e suas lagrimas molharem meu ombro, comecei a chorar junto por conta do desespero de perde-la.

  Depois de muita insistência dos policiais e da minha parte, ela e seu pais aceitaram irem dormir na casa dos meus pais, arrumaram o pouco que deram e colocaram dentro da caminhonete deles que ficava na casa ao lado, o único veiculo que não foi roubado, pedi para Renato avisar o pessoal que eu não iria mais sair, e insisti para que ele os convencesse a ir com ele, caso ele ainda fosse sair, mas ele também havia desistido, até entendi o porque, afinal ele e Kelly já namoraram!

  Caio foi para o carro do Renato com os meninos e Kelly veio no meu, fui na frente mais uma vez guiando todos, enquanto duas viaturas nos seguiam também, o caminho todo tentei fazer Kelly rir, mas ela só dava um sorriso amarelo, ainda assustada com a situação, mas quem não estaria, ela se soltou e colocou sua mão sobre a minha enquanto mudava de marcha, pude sentir um suspiro atrás do meu banco.

   Não demoramos muito para chegar no condomínio e pude perceber o interesse de Kelly pelas casas a venda.

  Não precisa se preocupar em comprar uma casa ... - ela me cortou

  - Como não, eu não quero voltar para lá, não quero ir trabalhar e deixar meus pais sozinhos. 

  - Amiga, meu pai tem mais umas três casas vazias aqui no condomínio você sabe disso, a gente conversa com ele chegando lá, vocês podem morar em uma delas até conseguirem comprar uma aqui, inclusive a avó do Gustavo esta vendendo aquela linda em frente a dos meus pais.

  Ela apertou minha mão sobre o cambio e sorriu, foi o primeiro sorriso da noite e para mim o melhor.

  Chegamos e meus pais estavam aflitos na porta nos esperando, descemos dos carros, acho que só vi essa casa lotada de carros uma vez e foi no final do ano, primeiro minha mãe levou os pais de Kelly para se acomodarem e enquanto isso já deixei meu pai um pouco ciente, sobre emprestar uma das casas, meu pai concordou e disse que ofereceria assim que eles estivessem descansados, mas já deixou Kelly ciente que uma das casas estaria disponível!

  Kelly subiu para ficar junto dos seus pais, percebi que os meninos estavam sentados na sala resolvi ir para a varanda, peguei uma bolacha e me sentei la fora como estava, nem me troquei.

  - Porque ta aqui sozinha, com a sua casa tão cheia ? - perguntou Miro se aproximando e sentando no pé da espreguiçadeira.

  - Sei la, to pensando em tudo, ela podia ter morrido ... - parei de falar

  - Relaxa cara, ela ta viva, eu lembro de vocês pequena logo que me mudei para cá e como vocês duas eram más juntas, vocês judiaram muito de mim! - disse Miro me fazendo rir

  - Nossa é verdade, peço desculpas por isso viu. - disse rindo

  Começamos a lembrar e rir juntos, até a hora que minha mãe veio nos chamar para jantar

  ...