A Vida Da Ema

Cap. 115

Ele ficou parado me olhando por um tempo enquanto eu saía.

Assim que cheguei na minha mãe meu celular vibrou, era uma mensagem dele no whats.

"Roger: Gostosa.

"Roger: Mais tarde você não perde por esperar.

Entrei na casa da minha mãe e fui direto ao escritório ver se encontrava meu pai.

- Oi pai, che... - disse abrindo a porta

- Ema calma não é nada disso. - gritou ele

Eu paralisei por alguns minutos enquanto eles gritavam pedindo para que eu não contasse nada.

Ver meu pai comendo minha irmã em cima da mesa do escritório foi demais para mim. Eu apenas sai correndo e entrei no meu carro. Minha cabeça estava a mil naquele momento. E a minha mãe. Meu Deus, coitada da minha mãe.

Sai do condomínio e coloquei o endereço da casa do Roger no meu GPS, precisava conversar, desabafar e pedir conselhos. Avisei a doutora que aconteceu um problema e que hoje talvez não iria até ela.

No caminho para a casa do Roger, percebi que deveria ter ficado em casa, meu coração estava apertado e eu com uma sensação estranha. Roger não me atendia por nada, comecei até a ficar preocupada. Mas continuei, ao virar na rua da casa dele vi sua caminhonete parada em cima da calçada e ele parecia estar brigando com uma mulher do outro lado da rua. Parei o carro um pouco pra baixo e peguei meu celular que não parava de chegar mensagens tanto do meu pai quanto da Eva. Mandei os dois tomarem no cu literalmente e praticamente escrevi um texto pedindo para me deixarem em paz e xingando os dois, me pediram para não falar nada para minha mãe e que queriam conversar comigo, não respondi mais nada.

- Roger seu celular tá tocando. - gritou sua mãe do outro lado da rua no portão.

Olhei rapidamente para ele, e os dois estavam aos beijos.

Desci imediatamente do carro e fui até ele.

- Que merda é essa Roger? - perguntei

- Quem é essa Roger? - perguntou a mulher que estava com ele.

- Ema essa é Carla. - disse ele nos apresentando. - Calma que eu posso explicar.

Eu apenas virei as costas e fui para o meu carro enquanto a mãe dele apenas olhava tudo assim como quase todos os vizinhos olhavam pela janela.

- Ema vamos conversar por favor. - disse ele tentando me impedir de chegar no meu carro. Abri a porta e ele tentou me segurar.

- Me solta ou eu faço um escândalo. - disse enfurecida.

Ele me soltou e eu entrei no carro e já tranquei as portas, ele deu a volta e tentou entrar, como foi em vão começou a bater no vidro, dei a partida e e ele entrou na frente do carro.

Buzinei e mandei ele sair.

-Se você for não vai ter conversa e nem nada tá. - gritou ele

Não aguentei e dei risada.

Abaixei um pouco o vidro.

- E quem te disse que teria alguma coisa depois disso querido. - gritei

- Para de ser criança. - gritou ele batendo no capo do meu carro.

Aquilo me deixou mais irritada.

- Não bate no meu carro porra.E antes de que eu me esqueça larga a mão de ser canalha e galinha. - gritei

Engatei a ré e virei o carro na rua de baixo.

Mais que merda eu tinha feito para passar por isso. Não era pelo fato do meu pai estar traindo minha mãe, tudo bem que isso me deixou irada, mas o pior eram todos esses homens com quem me envolvia ser tão canalhas.

Mandei uma mensagem para Renato cuidar da Maria pois eu não iria voltar hoje.

Ainda não sabia para onde ia e estava dirigindo sem direção. Meu celular tocou e era a doutora perguntando se estava tudo bem e se realmente não iria lá.

Respondi que não que já estava no caminho de volta para a casa da minha mãe e não estava me sentindo bem com algumas coisas que aconteceram e não teria cabeça para nada hoje.

Cheguei na casa da minha mãe e percebi que os carros da Eva e do meu pai não estavam mais. Entrei pelos fundos e subi para o meu quarto, fiquei lutando um pouco com a fechadura da varanda e logo Miro apareceu meio suspeito.

- Quem tá aí? - perguntou ele

- Sério? Por acaso o ladrão vai responder. Sou eu um ladrão, vim te roubar mas não consigo abrir a porta será que você pode me ajudar. Por favor né Miro. - disse

- Oi pra você também Ema. - disse ele

Ele passou por trás de mim e destrancou a porta.

- Por que minha varanda está trancada? - perguntei

- Seu ex maluco tentou invadir depois de um tempo. - disse ele

Eu apenas ri e entrei, acendi a luz e ele entrou junto comigo.

- Nossa. - disse ele

- Que foi? - perguntei

- Você tá mais gostosa que antes. - disse ele

Apenas agradeci e me sentei na cama um pouco cabisbaixa.

- Ema aconteceu alguma coisa? - perguntou ele

- Muitas. - disse

...