Cap. 168

23 3 0
                                    

- Posso pegar meu, meu, meu Bernardo de volta ? - perguntei aparecendo na porta.

- Todo seu. - disse Renato

Bernardo se levantou e foi comigo para o meu quarto de novo.

- Desculpa. - disse

- Pelo que ? Por ser você mesma ? - perguntou Bernardo

- É, acho que é - respondi

- Ema eu só quero cuidar de você. Nada demais. - disse Bernardo

- Eu entendo mas eu não estou acostumada com carinho e tal. - respondi me sentando ao seu lado na cama.

- Esta acostumada com o que ? Putaria? - perguntou Bernardo

- Sim. - respondi

Ele suspirou, levou as mãos ao rosto e depois passou por todo o cabelo.

Me levantei e fui saindo do quarto.

- Onde você vai ? - perguntou Bernardo

- Então enquanto você fica aí pensando eu vou passear com meus cachorros, conhecer o bairro. Ver se tem um Pet aqui perto. - respondi

Ele me olhou de cima a baixo, eu vestia uma calça legging preta, uma camiseta rosa e tênis.

- Essa calça não tá marcando demais ? - perguntou Bernardo

- Sabe que deve até estar, mas eu vou assim mesmo. Mais uma coisa pra você anotar sobre mim, não gosto que mandem em mim, não gosto me digam como me vestir. E outra se você não pode aceitar meu passado e como eu sou a gente para por aqui antes que alguém saia machucado. - disse

- Você não acredita que possa mudar ? - perguntou Bernardo

- Acredito, acredito que com paciência todo mundo muda, com o tempo também. Mas fica aí pensando tá. Vou entender se você também resolver ir embora. - respondi

Sai do quarto e fui até a lavanderia pegar os meus cachorros e colocar neles as coleiras para passear.

Sai do apartamento pela porta da cozinha para pegar o elevador da área de serviço.

Desci digerindo tudo aquilo. Desci enfrente a porta que saia para a área de lazer e fui em direção a rua.

Coloquei o fone no ouvido e respondi o Tchau do Felipe, ele atravessou a rua e perguntou como estavam as coisas e perguntei onde tinha um Pet Shop, ele me disse duas quadras ou três pra cima e vai ter um.

Lá fui eu, pensando em cada palavra dita.

Cheguei no Pet Shop e pedi um telefone deles e comprei umas besteiras pros meus cachorros, perguntei o valor do banho e tosa higiênica e fui embora, sentia o rapaz do Pet Shop me comendo com os olhos então deixei a chave cair e me abaixei para pegar e depois sai rebolando.

Fui bem devagar para o apartamento e chegando perto vi Bernardo saindo com o carro, meu coração doeu e senti meus olhos lacrimejarem mas engoli o choro, ergui a cabeça e continuei.

Entrei no prédio e cumprimentei o porteiro e fui para o elevador de serviço.

Chamei o elevador e fui até o apartamento pensando que eu nunca daria certo com ninguém mesmo.

Que no final das contas eu terminaria sozinha com um casal de gato e outro de cachorro e talvez até de passarinhos, acho melhor morar na fazenda pensei comigo.

A Vida Da EmaOnde histórias criam vida. Descubra agora