Cap 68

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  - Sua chata. - disse ele. - Quero tomar banho.

  - É nessa porta antes do quarto. - aprontei - Tem toalha limpa na parte de cima da pia.

  Ele me deu um beijo na testa e foi para o banho, esquentei um pouco de leite e coloquei num potinho para o gatinho beber, liguei meu computador e fui ver meus e-mails e para minha alegria tinha um do corretor.

  "Ema

Seu apartamento será entregue no final do próximo mês. Suas chaves já podem ser retiradas comigo, em qualquer dia lá no escritório.

Qualquer dúvida estou ao seu dispor."

  Respondi agradecendo e disse que pegaria a chave talvez amanhã mesmo, ele respondeu novamente dizendo que me esperaria e que já mostraria como ficou os apartamentos.

  Eu estava realmente feliz, iria sair da vista do Gustavo, para um apartamento 5 x maior que este que eu morava. Deixei o gato sobre a minha cama dormindo e fui até o corredor, numa dispensa pegar caixas de papelão para já começar a guardar as coisas pequenas que não uso muito.

  - Ema, o que vamos comer hoje ? - perguntou Miro saindo do banheiro enrolado na toalha.

  - Olha, eu não tenho telefone de nada aqui perto, mas você pode se arriscar e ir numa pizzaria que tem no final da rua aqui, é só sair do prédio á direita e ir sempre reto, e depois só voltar reto mesmo, não tem erro.

  - Ta bom e porque esta com essas caixas ? - perguntou Miro

  - Recebi o e-mail do corretor dizendo que entrega meu apê novo no final do próximo mês, ai já vou deixando umas coisas arrumadas, afinal ele também esta tentando vender este para mim né. - respondi

  - Entendi. - disse ele pegando sua roupa na mochila.

  Coloquei algumas caixas na sala enquanto ele se trocava.

  - Bom vou lá, do que você gosta ? - perguntou ele.

  - Quando chegar lá me liga e leia o cardápio para mim. - disse rindo

  - Folgada, vamos comigo mais fácil né. - disse ele

  - Não posso deixar o gatinho sozinho ta louco? - disse

  Ele riu e pegou a chave do meu carro, me deu um beijo com uma mordida no lábio inferior e saiu.

  Peguei uma caixa guardado embaixo do armário da cozinha para juntar com as outras e resolvi abrir para saber do que se era e afinal porque estava ali.

  - Uau. - disse abrindo a caixa e sentando na mesa na varanda. - Uma caixa, cheia das minhas lembranças com o Gu, senhor por que eu guardei estas coisas ? - pensei

  Comecei a revirar e cada foto, era uma lagrima, um sorriso, uma risada. Me sentia uma louca relembrando momentos. Peguei na mão a foto do dia dos meus 16 anos, Gustavo me entregando um buquê de rosas champanhe, e toda aquela lembrança voltou como um soco no estomago...

**

  - Ema vamos sair hoje, comemorar se aniversário, deixa de ser careta e só querer ficar em casa.
  - Ta bem, dez minutos e eu estou pronta. Para onde vamos?
Eu lembro que me arrumei bem rápido, com um vestido não muito curto pois ele odiava, salto alto cabelo preso em um rabo de cavalo e maquiagem básica, fomos para uma casa de shows sei la onde, ele me embebedou, acho que esse era o plano dele desde o começo, e do nada ele sumiu, comecei a procura-lo mais tonta do que qualquer coisa, e lá estava ele, agarrado com outra aos beijos e amasso, praticamente arrancando a roupa dela, ele me viu e tentou vir atras, mas eu apenas virei as costas, peguei minha bolsa e liguei para a única pessoa que podia me salvar naquele momento.
- Kelly onde você tá ? - disse saindo da boate e caminhando mal sabia para onde.
- Onde você esta sua louca?
- Vendo um táxi e vou pega-lo e ir para sua casa, não saia dai.
Eu só sabia chorar, dei o celular para o motorista e ela explicou como chegava na casa dela.
E para minha surpresa o carro do Gustavo também estava lá, quando desci do táxi, ele também desceu. Mas graças a Deus os irmãos da Kelly e o pai dela apareceram e me levaram para dentro.

**

Eu já estava quase chorando, mas voltei ao mundo real com o meu celular tocando.

  - Alo - disse com a voz tremula.

- To aqui e já pedi, só para te avisar mesmo, já já eu chego ai. - disse Miro

  Ele desligou e eu voltei a olhar para aquela caixa, me levantei fui até a cozinha, peguei uma vasilha e fosforo e voltei para a varanda.

  Olhava uma foto,rasgava e jogava na vasilha, peguei um urso pequeno que ele me deu de pedido de desculpas pela milésima mancada após voltarmos, ai como eu era idiota, quantas vezes eu fiquei indo e vindo com ele, aquele ursinho ridículo de quando eu estava na lanchonete com meus pais e ele também resolveu aparecer lá porque uma pessoa falou que eu estava lá, ele entrou foi naquelas maquinas de bichinhos e ficou tentando até pegar um e depois mandou o garçom entregar, passei a mão pelo urso e senti a linha da costura, assim que o garçom entregou eu enfiei a faca no urso, claro que depois nos acertamos e ele mandou costurar o urso, me levantei da mesa e peguei um estilingue que eu tinha pendurado na parede, amarrei o urso e tentei de alguma maneira jogar na casa dele, e para minha sorte acertei no no portão.

  Continuei rasgando as fotos, mas não estava nem na metade da caixa e a vasilha já estava quase cheia, então resolvi apenas queimar aquelas ali, eram todos os lados dele da foto, já que eu me amava muito para me queimar junto com ele. Taquei fogo e fiquei olhando queimando, ouvi um barulho de carro passando e me estiquei para olhar. Era ele chegando, o vi descendo do carro e pegando o urso na mão e olhando para a minha varanda.

  - Sua louca. - gritou ele.

Apenas respondi mostrando meu dedo do meio. E para ficar mais interessante Miro chegou com meu carro e ficou olhando para ele. Entrei e comecei a preparar a mesa. Miro apertou a campainha e eu gritei que a porta estava aberta, ele entrou colocou a pizza sobre o balcão e voltou para trancar a porta, esperei ele olhar de volta para mim e o agarrei, o beijei com mais vontade do que de hoje mais cedo, fui correspondida um beijo quente e cheio de desejo, até o sofá.

  ...

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