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Dois meses depois...

Ana🌈

Lya: Meu Deus, será que num tem um ser vivo nesse hospital pra dar UMA NOTÍCIA PRA UMA MÃE??? - fala alto escorregando pela parede e sentando no chão angustiada.

Alê: Calma, Lya. Ela mal entrou na sala...- senta ao seu lado e tenta acalmar ela.

Lya: Mas ela tá a vinte horas sentindo dor, ela tá cansada, tá exausta. Eu não sei se ela vai aguentar fazer mais força ainda. Só que ela tá teimando em não fazer uma cesárea. Aaaaaaaa, que garota pra me dar trabalho, senhor! - nega dando um murro na parede e eu suspiro encostando a cabeça no ombro da Lili que tá sentada no meu colo.

Bel entrou em trabalho de parto às tres da manhã da madrugada de ontem, acordou todo mundo num grito só. Parecia sirene de recreio.

Já fizeram de tudo, sentaram ela numa bola estranha, fizeram massagem, deram uns negócios de remédio pra ela...nada funcionou. Ela não colocou o menino pra fora ainda.

Pai amado...

Aqui só tá eu, minha mãe, Lili e Lya. O resto do povo tá lá fora chorando.

E quando eu digo "o povo" eu digo o VT e o Fidélis . Dois marmanjo chorando porque a "menininha deles" vai ser mãe.

Sifudê viu.

Ainda não temos nenhuma notícia desde que ela entrou na sala de parto á uns vinte minutos.

Bom, o jeito é esperar.

.
.

Bel✨

As luzes, os rostos dos médicos cobertos por máscaras, todos sérios, a dor, a agonia...

Meu Deus, como uma coisa tão bonita quanto o nascimento de um filho pode ser tão agoniante, tão dolorido?

Não tenho mais forças, minha visão já tá turva e a única coisa que me mantém resistindo ao sono são as dores e a mão do Luan segurando a minha.

Médico: Não dá mais pra esperar, o bebê tá entrando em sofrimento, vamo ter que operar.- o médico fala rapido e todos começam a andar e eu suspiro me rendendo ao que eu não queria.

Tudo que eu queria era um parto normal, mas pelo bem estar do meu filho, dane-se! Vamo pra faca mermo.

Luan: Calma, vida...eu tô aqui. Vai dar tudo certo.- nega chorando e beija minha testa.

Tomara que dê mermo...porque eu num aguento mais...

....

Depois de alguns minutos deles mechendo em mim, com metade do meu corpo paralisado pela anestesia, eu ouço o choro do meu príncipe...

Meu Deus...que música pros meus ouvidos...

Luan: Nasceu, amor...nosso menino nasceu...- fala chorando e sorrindo e eu rio aliviada.

Nasceu...finalmente, nasceu...

Enfermeira: Parabéns mãezinha...- a enfermeira vem sorrindo e o coloca no meu peito ainda o segurando, pois meus braços não tem força suficiente.

Ah, ele é tão lindo...tão perfeitinho...

Caralho, que sensação única!

Um amor, um sentimento que nunca senti na vida.

As lágrimas descem sem parar e eu aproximo meu rosto dele sentindo sua pelezinha macia...

Bel: Meu anjinho...meu Miguel...- nego beijando sua bochecha e olho pro Luan que observa tudo em êxtase.

Aconteceu na Rocinha...Onde histórias criam vida. Descubra agora