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Gab💣

Subo pro pico do morro, já vejo ele lá amarrado num toco e todo surrado.

Parece que a Lya não brincou nenhum pouco quando disse que todo mundo já fez oq quis com ele...

Ah foda-se, ele merece coisa muito pior.

Gab: Observando a vista, LC? - pergunto irônico e ele vira a cabeça pra mim.

LC: Hehe, sim...tava observando o alto daquele morro alí ó.- aponta com a cabeça.- Foi lá que eu matei tua mãe, teu pai, teus avó...- já dou um murrão nele que o sangue espirra.

Gab: Tu nunca mais vai falar neles, tá ouvindo? - aponto pá cara dele puto.

LC: Não adianta se revoltar, eles já tá morto mermo. Me bater, me torturar, me matar, não vai trazer eles de volta.- nega.

Gab: É, mas vai vingar muito bem. E é pra isso que eu tô aqui.- puxo o cabelo dele.

Levanto de novo e vou na mesinha que colocaram lá e pego um soco-inglês...

Antes de torturar, eu quero amaciar a carne desse lixo.

Quando me viro pra ele, vejo a Alê andar lentamente até a gente.

Oq ela tá fazendo aqui?

Já devem ter explicado tudo pra ela...

Gab: Ei, por quê tu tá aqui, mano? - pergunto e ela me abráça.

Alê: Ah, muito obrigada...muito obrigada por ter acreditado em tudo e tu e a Ana terem nos libertado dessa farsa toda.- fala com vóz de choro e eu nego abraçando ela de volta.- Mas, eu sofri muito nas mãos desse nojento...eu preciso extravazar tudo que tá aqui dentro durante todos esses anos...- respira fundo e separa o abraço.

Gab: Ah, pode fazer oq quiser! Tu foi uma das mais prejudicada com isso.- nego e ela suspira.

Alê: Pode me emprestar? - pergunta olhando pro soco-inglês e eu sorrio de lado dando ele pra ela.

Gab: Vê se bate forte, em...- rio e ela acente indo até ele.

Alê🌻

Olhar pra ele assim...todo fudido, me dá a melhor sensação de todas...

É até mais que isso que ele merece.

Alê: Eaí, LC...tá olhando pra esse mundo de favela? É...é bonito mermo....- me viro pra olhar a vista.- Foi por tudo isso aqui que tu matou todos eles a sangue frio, não foi? - me viro pra ele.- Mas também foi pela puta inveja que tu tinha do Yuri por ele ter o amor da Lua, a única mulher que não cedeu às tuas investidas nela...que foi a única que tu se apaixonou de verdade, mas ela simplesmente cagou pra você.- debocho e ele bufa com ódio.- Você, LC, não nasceu pra ter o amor de ninguém! Muito menos da Lua.- nego com nojo.- Você nasceu pra ser odiado por todos, pra nunca ter o respeito das pessoas, você só tem o medo delas com você e usa isso a seu favor.- nego.- Você nunca vai ter o respeito que os Neves tinham...eles sim eram pessoas de verdade. Pessoas boas e que tinham o reconhecimento por isso. Você tinha inveja deles, inveja da familia que eles eram, mas eles tentaram te fazer ser da familia, só que você, mais uma vez, foi um depravado que queria ficar com a menina que você viu nascer! E olha, olha pra essa favela inteira.- aponto a cara dele pra olhar.- Valeu a pena? Valeu a pena ter feito tudo isso e ainda carregar a culpa de ter matado a mulher que eu sei que tu amava? - ele começa a respirar forte.

Eu sempre soube do sentimento dele pela Lua. Desde que a gente começou a morar junto.

Todas as noites dava pra ouvir ele gritar o nome dela enquanto dormia, as vezes eu entrava no quarto dele e pegava ele olhando uma foto dela que ele roubou da nossa casa aqui...enfim, ele era obsecado por ela.

LC: Eu não queria ter matado ela.- fala com dentes cerrados.- Era pra ela ter se entregado na hora que eu dei a opção de salvar a familia dela se ela fizesse isso.- nega.- Mas eu devia saber que ela, com o orgulho imenso que ela tinha, não ía se entregar de jeito nenhum.- nega bufando.- Aí eu fiquei com raiva e matei todos eles. Mas eu fiquei com a cosciencia pesada de ter matado ela, e aí peguei o Gab e a Ana pra criar...como se fosse um geito de ter ela do meu lado...- abaixa a cabeça.

Alê: Pois é...mas essa sua consciencia pesada cavou tua própria cova.- cravo minhas unhas nas bochecha dele.- Não adiantou fazer todo esse teatro, todas essas mentiras foram em vão. A verdade sempre aparece! Pode demorar dias, meses, ou mais de 20 anos, mas sempre aparece. E agora tu vai sofrer as consequencia de tudo isso.- respiro fundo.

Ponho o soco-inglês e aperto o percoço dele fazendo ele olhar bem pra mim.

Dou um soco em cheio na cara dele. Acho que nunca bati tão forte em alguem. Mas foi libertador.

A partir daí, eu nem enchergava mais nada, só queria bater, bater e bater ainda mais nele!

Eu ouvia ele gritar mandando eu parar, mas eu só queria que toda a raiva que eu tava sentindo fosse disperçada!

Gab💣

A Alê já tá batendo nele sem parar à uns dez minutos, e não acho que ela vai parar agora.

Ela bate com muita força, só de murro, na cara dele.

Ela já tá toda respingada de sangue mas não deixa de bater um segundo.

Também né, o tanto que ela deve ter sofrido nas mão dele...

Mas eu já tô ficando preocupado com ela, daqui a pouco ela peripaca de tanta força que ela tá fazendo pra bater nele.

Gab: Mãe, mãe, para! - agarro ela e a levanto levando ela pra mais longe dele.

Alê: Me deixa, Gabriel! Eu ainda nem comecei a extravazar toda a raiva que eu tenho desse lixo! - grita esperneando.

Gab: Ele já tá desmaiado! Nem tá sentindo mais oq tu tá fazendo.- grito mostrando ele desmaiado pra ela.

Alê: Mas quando acordar ele vai sentir. Me deixa bater mais, que ainda tá pouco! - grita tentando escapar de mim mas eu nego segurando ela ainda mais forte.

Gab: Não, porra! Daqui a pouco tu desmaia aí de tanto esforço que tu tá fazendo, pô.- faço ela olhar pra mim.- Deixa eu cuidar do resto, carai. Tu agora é livre! Agora tu só tem que ir lá pá baixo e ficar com a tua familia porquê agora tu não tem mais o peso de toda essa farsa nas costa.- ela acalma um pouco e enche os olho de lágrima.- Tu já bateu o quanto pode nele e eu tenho certeza que já deu pá estravazar pá carai. Agora vai lá e bota os papo com a tua familia em dia que eu termino com esse merda.- respiro fundo.

Ela me abraça e alisa minhas costa.

Alê: Desculpa por ter me descontrolado, filho...- olha pra mim e eu nego calmo.- Mas ó, não precisa ter pressa pra matar essa coisa aí.- olha pra ele.- Pode torturar bem muito.- fala com raiva e eu acinto sorrindo de lado.

Ah...ela nem imagina a calma que eu tô...

Aconteceu na Rocinha...Onde histórias criam vida. Descubra agora