Ana🕯
Ela puxa meu cabelo forte e eu agarro a cintura dela com força.
Melíssa: Tava com saudade...- sussurra no meio do beijo.
Ana: Eu também.- falo baixinho e sorrio mordendo a boca dela de leve.
Eu tenho um trelêlê com ela desde que eu tinha 18 anos, foi ela que me fez me descobrir lésbica.
Ninguém nunca soube disso. É o nosso segredo.
Como eu não podia vir pra cá, ela sempre ía com o RF ou com os seguranças dela lá pra casa. A gente dizia que ía dar um rolê pelo morro e dava perdido nos seguranças pra ir pra um barraco meu tranzar ou só ficar namorando de boinha.
A gente não namora, mas se gosta pra caralho. Ela me faz bem, sabe?
Ana: Aê, eu tenho que vestir isso logo e a gente desce, porquê senão eles vão desconfiar.- falo afastando nossas bocas e depois dou um celinho nela.
Ela bufa e acente me entregando um biquíni preto.
Sorrio pra ela e me visto alí mesmo. Nada que ela já não tenha visto e aproveitado...
Melíssa: Tá linda.- fala sorrindo quando eu termino e eu pego o rosto dela dando um celinho demorado.
Aaaa, gostosa do caralho!
Ana: Bora logo, senão eu te como agora.- falo entre dentes me soltando dela e ela sorri safada.
Melíssa: Quero...- fala e eu rio negando.
Gab💀
Até que enfim.
Gab: Nossa, achei que tinha ido fazer o biquini.- falo debochando e ela manda a lingua.
Essas duas...rhum, sei não...
Ana: Pai, vou dar um mergulho.-fala e levanta sorrindo mas a Alê puxa a mão dela.
Alê: Protetor solaaar.- fala e pega o protetor na bolsa.
Mermo passando mal, a mulher se preocupa cá cria dela.
Ana revira os olho mas se senta pra mãe passar o bagulho nas costa dela.
Melíssa: Passa aqui pra mim, namoral.- fala me dando o vidrinho.
Acinto e começo a passar nela também.
....
Já é três da tarde e a Alê não olha de geito nenhum em volta.
Só olha pro chão ou joga a cabeça pra trás.
Toda hora eu vejo ela passando a mão no rosto, tipo enxugando as lágrima que ela insiste em esconder e dizer que tá tudo bem.
Meu pai e o RF ficam bebendo e conversando sem nem se preocupar com ela.
Ô putaria...
Alê💅
Eu tô tentando não olhar, não pensar pra não lembrar, mas tá muito dificil.
Até vendo o chão eu lembro dos nossos momentos aqui.
A piscina não tinha, e a casa foi pintada de outras cores, mas continua a mesma casa, sem tirar nem pôr.
Mano, dói demais.
Cê nem tem idéia do tamanho do aperto no meu peito.
Se eu olho pro Gab ou pra Ana, eu penso em como nossa vida ía ser diferente, feliz aqui. Bem diferente da vida chata e sem amigos que a gente leva lá na casa do LC.
E eles nem entendem o porquê de eu ser tão fria com o LC, que eles acham ser o pai deles. Mas se eles soubessem ou lembrassem ao menos de um terço doque eu sei, eles não íam nem olhar na cara dele, mesmo se fossem obrigados a conviver com ele, assim como eu.
O Gab tá desconfiado e preocupado comigo, mas ele nem sequer pode imaginar o porquê do meu terror desse lugar.
A minha vontade é de sair correndo daqui pra bem longe, bem longe mesmo.
Só queria sentir um pouquinho de alívio no meu peito...que por um instante parasse essa falta de ar que me castiga à todos esses anos.
Sei lá...as vezes parece que isso tudo é um pesadelo...e dos piores possiveis.
....Gab💥
Minha mãe já foi embora com meu pai, eu não queria que ela fosse sem mim ou sem a Ana, mas meu pai disse que ía cuidar dela então eu fiquei.
RF me chamou pra ir pro baile hoje que vai ter aqui, disse que vai ter Mc Cabelinho e o Orochi. Aí eu num posso perder né.
Melíssa: Ai, vamo dar uma volta? - pergunta sentando perto de mim no sofá e olha pra Ana também.
Gab: Volta aonde? - pergunto e ela parece pensar.
Melíssa: Ah, tem um lugar aqui no morro...- fala mais baixo e a Ana se ajoelha perto da gente pra ouvir.- Que dizem que é mal assombrado.- fala e sorri.
Agora pronto.
Gab: Esse povo inventa cada merda.- falo e reviro os olho.
Melíssa: Bom...dizem que foi uma familia que foi assassinada lá à muito tempo, brutalmente.- fala sombria e a Ana arregala os olho interessada.
Eu mereço...
Pois se for assim todas as rua da favela é mal assombrada porquê morte brutal aqui é oq num falta.
Ana: Ai, Bora lá? - pergunta toda animadinha e eu reviro o olho.
Gab: Seis tão me achano com cara de Renato Garcia? Sou traficante, não caça fantasma, caralho.- falo sem paciencia e elas reviram os olhos.
Ana: Pô mano, por favor...- faz beiço.-Por favorzinhoooo.- junta as mão.
Filha da puta...
Gab: Tá tá...mas só dez minuto.- falo com tédio e elas sorri.
E lá vamos nós de novo...
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Aconteceu na Rocinha...
Romance*Continuação do livro "A problemática da Rocinha."* (OBS: Mesmo sendo uma continuação, não é necessário ler o outro livro para entender a história❤️) ⚠️Edit 1: Tem morte, tem violência, tem tortura, tem o caralho a quatro! Se tá em busca de clichê á...