Aconteceu na Rocinha...

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Bel🌈

Bel: Dorme, nenem...que a cuca vem pegar, papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar...- cantarolo baixinho me balançando na cadeira de balanço enquanto observo os olhinhos do Miguel me olharem enquanto sua boquinha suga com tudo minha teta. Meu Deus, não terei meus peitinhos de volta...

Mas é por uma ótima causa, então... sugue à vontade!

Bel: Hm...deixa eu ver outra...- paro pra pensar e acabo me lembrando de uma que meu pai cantava pra mim.- O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada...- começo a cantar baixinho, mas sou interrompida pela porta sendo aberta.

Fidélis.

Fidélis: O cravo saiu ferido e a rosa despedaçada...- canta calmo e vem sorrindo na nossa direção.

Em outras épocas, eu iria gritar e mandar ele ir embora por medo do que eu e ele poderíamos fazer sozinhos juntos. Ele ia me segurar, me beijar e eu acabaria sedendo e ao fim do prazer, eu ia chorar em posição fetal no cantinho da parede me culpando pela idiota que eu fui em mais uma vez deixar ele chegar perto de mim.

Hoje, não sinto mais medo de não me controlar, não sinto medo dele nem do que sentimos.

Ele vem tão sorridente, numa energia tão boa, que não há espaço pra nada daquilo, só sorrio de volta sinto seu beijo carinhoso em minha testa.

Fidélis: Aê, Miguel...essa era a preferida da tua mãe. Enjoei dessa música de tanto que mãe me obrigava a cantar ela pra essa doida.- sussurra pro meu filho que larga o peito e o olha por alguns segundos...soltando um sorrisinho logo depois.- AAAAAAAH, ELE SORRIU PRA MIM! - fala um pouco alto sorrindo e eu faço sinal pra ele falar baixo.- Desculpa, mas tu viu? Ele sorriu pra mim! Ele mostrou essa gengiva banguela pá mim, porraaaaa! - sussurra eufórico fazendo cócegas no baby e eu rio vendo a cena mais fofa da vida.

Quem diria...quem diria que esse momento tão puro, sem nenhuma intenção a mais, poderia acontecer entre duas pessoas com passados feito os nossos.

É bom ver isso e não enchergar nada além de tio e sobrinho brincando.

Bel: É, parece que o Miguel gostou do tio...- sorrio fechando o sutiã enquanto Fidélis pega ele no colo.

Fidélis: Aaah, rapaz...tem como num gostar de um tio foda feito eu? Fala po tio, tem como? - fala fazendo cara boba pra ele que sorri novamente fazendo bezourinho.

João sempre teve maturidade zero com criança, ainda mais se a criança for tão banduleira feito meu filho.

Bel: Mas é um tio muito babão mermo, viu...- falo rindo e ele me dá a lingua sentando na cama ao meu lado.- Mas e aí? Como cê tá? - pergunto sorrindo fraco e ele faz careta.

Fidélis: Uma vida véia mei capenga como sempre.- dá de ombros.- Mas eu vim aqui nem foi pa falar de mim...foi pa falar de nois.- me olha sério e eu levanto uma sobrancelha.

Iiiih, que foi dessa vez?

Bel: Oq tem "nois"? - pergunto cruzando os braços e ele respira fundo.

Fidélis: Olha, eu sei que nunca deveria ter existido "Nois", mas existiu. Agora, não existe mais e nem quero que tudo volte como antes, e sei que tu também não quer isso.- acinto.- Então...eu só vim dizer que eu não vou mais te perturbar, não vou ficar pensando merda com nois dois, agora eu só quero paz, quero deixar tu com a tua nova família, em paz.- acente calmo e eu sorrio de lado.- Eu amo tu, e sempre vou amar, mas vou tentar fazer com que esse amor seja só de irmãos daqui pra frente.- fala decidido e eu acinto levantando da cadeira e sentando ao seu lado.

Tão fofo, gente...

Bel: Obrigada....obrigada por entender, e por respeitar oq tá acontecendo na minha vida agora.- sorrio e beijo sua bochecha vendo seus olhinhos fecharem por alguns instantes.

Fidélis: Nada...eu só quero ver tu feliz.- nega sorrindo triste e volta a olhar pro Miguel que nos observa sério com os olhões concentrados.- Né, gordo? Né godinho do tio, coisa mais pesada dessa vida, nossa senhora...- começa com voz de bebê e vai voltando ao normal e eu rio acentindo.

Tá uma bolinha essa criança mermo.

Também, num sai das minhas teta nem um minuto.