Aconteceu na Rocinha...

118

Ana🔥

Suspiro cansada e caio na cama do lado dela que já sorri pra mim.

Puta que pariu, nunca fiz um sexo assim, mano.

Carinha de santa, mas de santa num tem nada! E ainda bem pra mim, né.

Ela me olha com o sorrisinho cínico e eu nego pegando meu sutiã no chão.

Ana: Diaba.- sorrio voltando a olhar pra ela que se faz de desentendida e pega um cigarro na bancada do lado da cama.

Lili: Eu não, tu que é.- da de ombros acendendo o cigarro.

Ana: Eu não, tu que deixa.- faço cara de deboche e nós gargalhamos.

Porra, nunca pensei que eu ia ter uma noite especial assim, mano.

Tipo, já fodi um monte de vez com as mina e até com os mano por casualidade mermo, mas quando tu tem sentimento...porraaaa!

Só de saber que é AQUELA pessoa, tu já goza, irmão.

E ainda mais se essa pessoa for uma filha da puta gostosa do carálho igual essa aqui. Se fuder, viado.

Lili: Tô com sede, quer água? - pergunta levantando da cama pelada e eu acinto vestindo a camisa.

Ana: Claro, cansadona.- suspiro e ela sorri com cara de safada me fazendo rir também.

Deito na cama denovo e começo a olhar e observar a casa nova dela.

Porra, até que é bonita, viado.

Suspiro olhando pros lados enquanto me cubro denovo com o cobertor.

Lili: Colfoi? Num gostou do cafofo? - pergunta rindo e me dá um copo d'água e um celinho enquanto senta na cama também.

Ana: Hm... aceitável.- faço cara de nojenta e ela nega sorrindo e me abraçando por trás.

Lili: É, num é a casona dos Neves mas, pô, é arrumadinha, vai.- dá de ombros e apoia o queixo no meu ombro.

É stile, mano. Tem umas parada bem doida mermo...bonitona.

Ana: Ah, tendo um teto é oq importa.- rimos e ela acente.

Lili: É, pra quem nem tinha um.- suspira me soltando e indo se encostar na parede do lado da cama.

Ué...que papo é esse?

Ana: Do que tu tá falando? - pergunto preocupada me virando pra ela.

Lili: Ah, já morei mó cota na rua, pô. Até um barraco de lona pra mim seria uma mansão perto de onde eu já fiquei.- nega calma e pega o cigarro no cinzeiro.

Tá, eu sei que eu vou me arrepender, mas eu tenho que saber da história dessa mina tão foda, mas tão misteriosa que tá aqui na minha frente. Mermo que eu termine a noite soluçando de chorar e com uma lágrima batendo na canela.

Ana: Sabe, eu te conheço à umas semanas e até hoje eu não sei um décimo da tua história de vida...- falo calma e vou pra mais perto dela.- Queria saber mais de tu, mano. Sentir que te conheço de verdade...nem que seja só um pouco.- dou de ombros e ela solta a fumaça parecendo pensar se fala ou não.

Iih.

Depois de uns segundos meio séria olhando pro chão, ela me olha e suspira acentindo.

Lili; Tá, eu falo.- sorrio.- Mas com a condição de você não ficar com pena idiota de mim, fechou? - olha pra mim e eu acinto rápido.

Mentira, sou mó manteiga derretida. Primeira palavra triste que ela falar, eu já vou tacar o abração de urso e voz de neném enquanto choro igual uma cadela.