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Alê💅

Anunciam que eles chegaram ao morro e eu já corro pra rua pra ver meu filho.

Meu coração tá à mil e acelera mais ainda quando vejo os carros chegando.

Todos descem menos meu filho e o LC...

Tento chegar no carro, mas ele sai disparado.

Mas que porra...

Alê: Oq aconteceu? Cadê meu filho, porra? - pergunto puta pro Peladin e ele me segura.

Peladin: Calma aê, dona. Teu filho tá suave.- meu coração pula de alivio.- Quem se fudeu foi teu marido, dona.- fala calmo e eu arqueio a sobrancelha.

LC tá ferido...

Bem, tô nem aí.

Se ele morrer ou não, nâo faz diferença.

Alê: Ele tá ferido aonde? - pergunto me soltando dele.

Peladin: Parece que foi na barriga. Na correria eu num vi direito, mas parece que foi.- fala calmo e eu suspiro.

Bom...antes ele que meu filho.

Alê: Eles foram pra onde? - pergunto e ele tira a camisa jogando no ombro.

Peladin: Postin, mas eu num sei se vai dar geito não, em...- nega calmo e eu respiro fundo.

Agora é esperar noticias...

.....

Ana: Iaê, mãe? Colfoi? - pergunta quando entro em casa.

Ih, ainda tem isso.

Por mais que ele tenha feito TANTO mau pra gente, ela não sabe. Então vai ficar preocupada com aquele corno.

Que raiva.

Alê: Quem foi ferido num foi o Gab.- ela suspira aliviada.- Foi o...LC.- ela arregala os olhos e vem rapido até mim.

Ana: Onde foi? Ele tá bem? Ele foi pro hospital? - pergunta preocupada e eu respiro fundo.

Alê: Parece que foi na barriga, e ele foi pro postinho.- ela põe a mão no rosto e começa a chorar.

Ai...ninguem pode imaginar a dor que me dá ver ela sofrendo por um monstro feito ele.

Se eu pudesse contar...

Mas não posso. Se ele descobre que eles ja sabem de tudo, só por medo de eles se rebelarem e acabar com esse castelo de cartas que ele fez, ele vai matar eles e eu.

E isso vai tirar qualquer chance de vingança dos meus filhos.

Então é melhor eu continuar com o joguinho dele, que ele próprio vai se matar sem saber.

Alê: Filha, calma. A gente ainda não sabe oq aconteceu de fato. Ele pode tá ferido sem gravidade e vai se recuperar logo. Calma.- falo e abraço ela que chora.

Ah...quando isso vai acabar?

Gab👻

Eles correm com ele pra uma salinha lá e não me deixam entrar.

Eu fico puto com esses bagulho!

Porra, o cara é meu pai. Tem precisão de me deixar aqui fora?

Bufo e sento nas cadeira de espera mó nervoso.

30 minutos depois...

Mano, namoral, eu vou quebrar esse postin.

Porra, ninguem fala porra nenhuma, e pá completar tem uma véia que num para de olhar feio pá mim.

Tomar no cú.

Uma muié sai de dentro da sala e vem po meu lado.

Gab: Eaê? - levanto.

-Bom...ele não tá nada bem.- reviro os olho.

Como se eu num soubesse disso.

-Ele vai precisar de uma cirurgia pra tirar a bala.- fala e eu engulo sêco.

Gab: Dá pá fazer esses bagulho aqui? - pergunto e ela nega.

-Não. Ele precisa ir pro hospital de verdade.- bufo.

Porra, nois foi resgatar um de la agora.

Gab: Moça, ele tá assim justamente porquê foi tirar um de lá. Se ele for pa lá nois vai viver só pá resgatar os outro dos hospital.- cruzo os braço.

Ela nega.

-Sinto muito, mas se ele não for, ele morre.- respiro fundo e puxo ela pelo braço até o fim do corredor.-Ai...me solta. Oq é isso?? - fala tentando se soltar mas eu encosto ela na parede e ponho o braço do lado dela.

Gab: Bagulho é o seguinte: ele não pode e não vai pá esse hospital, tá entendendo? - falo olhando nos olho dela e ela engole sêco.

-Senhor, infelizmente...- interrompo.

Gab: Infelizmente um caralho.- falo calmo e ela fica nervosa.- Tu vai dar teus pulo e vai fazer essa cirurgia aqui.- falo ameaçador e ela nega devagar.

-Não depende de mim...- respiro fundo e ponho a mão no meu bolso.

Pego o radinho e chamo o Peladin pá cá. Vamo resolver esse bagui.

Uns minutos depois dela falando e tentando explicar o porquê de não poder fazer os bagulho aqui, e eu nem escutando, o Peladin chega com oq eu pedi.

Pego o pacote da mão dele e olho no olho dela.

Gab: Tá vendo essa porra aqui? - pergunto mostrando o dinheiro dentro do pacote.

Ela arregala um pouco os olho e respira fundo.

Gab: Vai ser tudo teu.- ela se assusta e eu sorrio.- é...vai ser teu mermo. Mas só se tu fizer essa sirurgia aqui, e ele não morrer, ficar novin.- falo e ela exita mas acente.

Tá vendo como a conversinha muda?

Gab: Muito bem...se ele ficar bem, tu ganha essa parada toda.- falo e entrego a grana po Peladin denovo.- Agora vaza e vai cuidar dele.- falo sério e ela abaixa a cabeça e sai.

Respiro fundo encostando a testa na parede.

Peladin: Fica assim não, chefe. O cara é vaso ruim.- fala e eu olho pra ele de olhos cerrados.- Num tá mais aqui quem falou.- levanta as mão e depois tira um cigarro do bolso.

Só fala merda...

Aconteceu na Rocinha...Onde histórias criam vida. Descubra agora