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                      Penúltima maratona: 1/3

Bel🌈

Enxugo as lágrimas que rolam pelo meu rosto enquanto observo a lua, grande e brilhante, à minha frente.

Meu Deus...oq eu vou fazer? Um filho...um filho do meu irmão?

Isso não pode ser verdade e, se for, com toda certeza esse bêbê já tá condenado a alguma deficiência grave...tudo por minha culpa.

Puta que pariu, eu só faço merda!

Abraço meus joelhos e abaixo minha cabeça sem quase nem conseguir  respirar de tanto chorar.

Acho que chorei alto demais...

Luan: Vida? Tá fazendo oq acordada a essa hora? - fala atrás da porta com sua voz gostosa de sono e eu enxugo o rosto rápido.

Tão alto a ponto de acordar essa pedrinha.

Bel: Na-nada.- fungo levantando a cabeça e sua cara amassada de sono, vira de preocupação.

Luan: Vida...oq aconteceu? Por que tu tá chorando? - se abaixa rápido me puxando pro seu peito e eu não consigo me segurar e choro ainda mais.

Puta merda...

Luan: Vida, fala comigo! Eu to ficando doido já.- me cutuca me vendo chorar igual doida.

"Ah, amor. É que o meu próprio irmão, seu cunhado, sabe?! Ele pode ser o pai do bêbê que você pensa ser seu filho. Ó que legal!"

Bel: Eu...eu tô assustada.- falo soluçando e ele me olha confuso.

Luan: Assustada? Assustada com oq? - passa seu polegar em minha bochecha limpando as linhas molhadas e eu fecho os olhos tentando ganhar fôlego.

Bel: Amor, eu vou ser mãe aos 18 anos...isso nem de longe é oq eu queria. Tô assustada, não tô pronta pra isso, pra essa responsabilidade.- nego chorando de novo e ele suspira me trazendo ao seu peito novamente.

Bom, eu não podia falar oq de fato é o motivo do meu choro, então...

E também, isso não é mentira. Tô muito assustada e preocupada com essas questões que, aparentemente, ninguém tá se tocando.

Luan: Ô vida...eu sei que é um choque muito grande, mas se lembra que tu não tá sozinha nessa. Do teu lado tem eu, um cara que não vai ser o melhor pai do mundo, mas vai ser o melhor pai que eu consigo ser. Tem a tua família que é gente finíssima e vai ajudar nois a não fazer tanta merda e, um filho, não vem pra destruir ou atrasar nada, vem pra somar, pra trazer força e amor.- sorri pra mim e eu acinto sorrindo fraco.- Não é o fim do mundo, é o começo da nossa família, vida. E esse é o primeiro de muitos ainda...- sorri cínico e eu rio batendo em seu ombro.

É, as palavras dele não deixam de estarem certas...

Um filho não é o fim do mundo e não tem só lados ruins...apesar dos lados ruins serem muitos.

É como ele disse, é o início da nossa familia...mesmo que possa ter começado de um jeito errado.

Mas pelo menos, por um momento, eu me distraí pensando no pai foda que esse loiro vai ser, nos pais fodas que a gente pode virar... mas logo a realidade me puxou pra verdade que...talvez o pai do meu filho não seja esse cara foda aqui, e sim o zé ruela do meu irmão.

Que ódio!

Como eu fui burra!

Como eu me deixei levar por esse "amor" depravado?? Como?

Santa foi a Ana que me tirou quase a tapas dessa merda, e santo o destino que colocou esse outro anjo na minha vida.

Mas o destino também tem suas peças...

Agora, eu tô no maior dilema da minha vida...

Oh céus.

Bel: Seu cu! Só dois tá ótimo.- nego fazendo um coque e ele faz cara de deboche.

Luan: Vai pensando assim mermo. Quando tu vir, nois já tem a escalação da Seleção Brasileira correndo pela casa: "mamãe, mamãe, tô com fome" "Papai, papai, vem jogar comigo" "MARIA E HENRIQUE, DESCE DAÍ QUE VAI CAIR E EU NUM VOU LEVAR NO MÉDICO EM" - fala imitando as vozes e fazendo gestinho enquanto eu rio negando.- Iiih, só felicidade, minha consagrada.- fala sorrindo cínico cruzando os braços e deitando no meu colo.

Serasse a imaginação desse serzinho vai longe?? Serasse?

Bel: Deus me livre! Um monte de criança catarrenta me enchendo o saco, eu em...- levanto as sobrancelhas em indiferença e ele fecha a cara.

É tão bom irritar ele.

Luan: Num fala assim dos nossos muleque, oporra.- fala bravinho e eu rio debochada.

Bel: Vai ficar putinho por uns pivete que nem nasceu? - rio e ele senta na minha frente.

Luan: Vou mermo.- fala ainda emburrado e olha pro lado me fazendo rir.

Bel: Ah é? - ele acente ainda olhando pra parede e eu me aproximo devagar sentando em seu colo.- Tem certeza? - pergunto mordendo sua orelha pondo minha mão em seu rosto o puxando pra olhar pra mim.

Ele ainda me olha com deboche e eu nego mordendo de leve seu lábio vermelinho e inchado por conta do sono.

Bel: A gente já tem um no forninho...- beijo seu pescoço.- Mas...- beijo do outro lado.- A gente pode usar esse tempo livre...- mordo de leve seu queixo.- Pra ir praticando pro próximo...- o olho em seus olhos e rebolo devagar em seu colo o fazendo suspirar.

Ele passa dois segundos negando olhando pra mim sério, mas logo sua mão rápida agarra meu pescoço e seu corpo vira por cima de mim me deitando no chão da sacada.

Luan: Até que num é má ideia...- sussurra apertando mais sua mão em meu pescoço e eu sorrio fechando os olhos sentindo ele levantar meu blusão do pijama e beijando minha barriga.- Licença filho...- sussurra contra minha pele e eu acabo rindo sentindo seus dedos deslizarem pelo meio da minha coxa...

Aconteceu na Rocinha...Onde histórias criam vida. Descubra agora