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[ 13 de março, sábado ]
   
   
   

    O dia da grande batalha de bandas finalmente chegou e, com isso, um Castiel Chase ansioso. Ele sequer dormiu direito, e não para quieto desde que saiu da cama. Ontem à noite a Crowstorm ensaiou na casa dos Frey até às dez, depois foram para a garagem do Keith e tocaram até a mãe dele expulsá-los a gritos. Eu fiquei na casa dos meus pais, onde jantei, conversei e arrumei umas coisas para trazer para o apartamento. Pensei no que Castiel disse e acho que faz sentido me mudar de uma vez, mas várias coisas ainda ficaram no meu antigo quarto.

    Eu já estava dormindo há um bom tempo quando o ruivo chegou, mas acabei acordando enquanto ele trocava de roupa após o banho. Castiel tagarelou, soltou uma quantidade incrível de suspiros preocupados, se deitou e se sentou diversas vezes, e tentou me convencer a fazer amor para “ ajudá-lo a relaxar ”. Tentei tranquilizá-lo com palavras, cafunés e massagens, mas, por volta das três e quarenta e cinco da manhã, fui obrigada a dissolver meio comprimido de calmante numa xícara de leite quente e dar para ele beber. Isso não o aquietou por tanto tempo quanto eu gostaria.

    No momento ele está me seguindo pela cozinha enquanto tento preparar o almoço. Eu amo esse garoto com todo o coração, mas estou prestes a pirar. Época de tpm.

    — A batalha não será só para bandas, qualquer pessoa pode participar, inclusive DJs. Sabe o quanto isso aumenta nossa concorrência? — vou até a geladeira para pegar alface e volto para perto da pia, com ele sempre em meu encalço. — Eu sei que nós mandamos bem, mas e se alguém for melhor? As pessoas curtem música eletrônica, remixes e essa palhaçada toda. Esse não é o foco da Crowstorm, nós puxamos mais pro rock. Muita gente curte rock, mas isso não garante nada. Nossas chances seriam melhores se estivéssemos em 2012, quando todo mundo era emo. Sem falar nessa tipóia idiota. Vai ser um porre não poder mover o braço tanto quanto eu gostaria. Isso vai prejudicar minha performance.

    — Tenho certeza de que se sairão muito bem — garanto, colocando a verdura cortada em tiras em um recipiente. — Vocês ensaiaram incansavelmente todos os dias, estão mais que preparados.

    — Talvez sim, talvez não. Não sabemos qual o nível dos outros participantes. Acho que deveríamos ensaiar mais hoje, antes da competição. Não, não, isso pode fazer com que minha voz não fique tão boa à noite.

    Volto para a geladeira para guardar o que sobrou do alface e pegar o molho de salada. Castiel me segue. Me volto para ele, segurando a garrafa plástica com força.

    — Por que não tenta relaxar um pouco? — pergunto, abrindo um sorrisinho tenso. — Você dormiu pouco, tire um cochilo, ou tome um banho quente. Não sei. Quer um chá de camomila?

    — Você não quis dar o chá que te pedi mais cedo.

    Estreito os olhos, franzindo as sobrancelhas de forma emburrada.

    — Desculpa. Ficar perto de você me acalma.

    Solto o ar pela boca.

    — Olha, eu adoro saber que sou sua zona de conforto — digo com suavidade. — Mas a cozinha é pequena, eu dormi pouco e estou de mau humor. Se continuar me seguindo assim, vou acabar te batendo com uma frigideira.

    — Tudo bem. A Rapunzel bateu no Flynn com uma frigideira várias vezes, e eles acabaram se casando.

    — Ótimo argumento — passo por ele para temperar a salada.

    — Foi mal, Greene, mas eu estou cheio de energia por causa do nervosismo e não sei o que fazer — Castiel passa os braços pela minha cintura e apóia o queixo em meu ombro. — Você fica tão linda mexendo a salada, eu poderia assistir isso para sempre. Aliás, você é sempre linda. Não vejo a hora de tirar essa nhaca dos ombros e ter você em cada canto desse apartamento.