[ 22 de maio, quinta-feira ]
Tobias está me esperando na calçada, como pedi que fizesse. Lysandre não pôde vir e eu não queria perambular pelo campus sozinha em busca da exposição. Até que tem um bocado de carros estacionados; só encontro uma vaga no quarteirão da frente. Carrego minha câmera pendurada numa alça grossa ao redor do pescoço, pronta para fotografar tudo que capturar minha atenção. Tobi acena quando atravesso a rua. Ele está usando calça marrom e uma camisa de botões estampada — casual, mas bem mais chique que minha calça de moletom cinza e blusinha preta básica.
— Puxa, eu devia ter caprichado mais no visual — digo quando estou perto o bastante.
— Por que? Você parece uma autêntica universitária.
Rio enquanto o sigo para dentro do campus.
— Vejo que já veio com a arma carregada e pronta para atirar.
— Ah, é — dou um tapinha na câmera. — É preciso estar sempre preparada. Há algum tipo de itinerário para a exposição?
— Soube que usaram uma ala para expôr pinturas, desenhos, fotografias e esculturas. Vai rolar uma apresentação musical também e uma peça. O evento não vai acabar antes da meia noite.
— Jura? Em dia de semana?
— Ninguém liga se você mata as aulas da manhã por aqui — ele dá de ombros.
A faculdade é mesmo um mundo novo. Tobi me mostra alguns lugares conforme passamos por eles. O campus com certeza é gigantesco, pois andamos pra caramba e não vemos nem metade de tudo. Ainda há as casas das fraternidades e tudo mais. É como estar dentro de uma mini cidade — tem cafeteria, banco, restaurantes, biblioteca... É bastante cômodo. A ala de artes é a mais cheia de vida, com paredes coloridas onde lê-se algumas frases tiradas de livros, músicas e filmes, rodeadas por diversos desenhos. Isso me deixa bastante animada. O edifício é a primeira coisa que fotografo.
Uma música dançante que não conheço preenche o ar quando atravessamos as portas. Há várias pessoas para e para cá, apreciando as obras expostas. Também puseram uma mesa com copos plásticos, bebidas e alguns petiscos. Acredito que seja uma verdadeira exposição de arte, embora nunca tenha estado em uma. Uma garota corre até nós, cheia de sorrisos, e deposita um beijo estalado na bochecha do Tobias. Ela tem olhos bem azuis, cabelos castanhos tão compridos quanto os meus, tatuagens de henna em ambas as mãos e um bindi vermelho entre as sobrancelhas.
— Caramba, finalmente! Pensei que não viesse.
— Só atrasei dez minutos, qual é — ele olha para o relógio roxo em seu pulso. — E até parece que não nos vemos todo santo dia, Priya.
— É, mas não gosto de encarar eventos sociais sem meu fiel escudeiro.
— Estava esperando a Ari. Ela vai vir pra cá em setembro.
— É mesmo? — a garota se dirige a mim. — Qual curso?
— Fotografia.
— Ah, duh! Eu devia ter notado pela câmera — ela ri. — Bom, Ari, seja muito bem vinda a Northwest. Às vezes é um pé no saco, mas você vai curtir. Não há nada como a vida universitária. E então, vamos ver a exposição?
Nós caminhamos dentre os demais presentes, muitas vezes trombando em alguém. Confesso que não esperava que fosse ter tanta gente. Há diversos trabalhos incríveis e registro grande parte deles. Também tiro algumas fotos da Priya e do Tobi. Ela vai se formar em direito e veio da Índia, o que é muito interessante. Priya cumprimenta várias pessoas que passam por nós. Não me surpreende que ela seja popular. Em um certo momento decidimos pegar uma bebida. Tobi serve um pouco de vinho barato para nós três.
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FanfictionNOTA: ESSA HISTÓRIA CONTÉM ERROS DE DATA QUE SERÃO CONSERTADOS POSTERIORMENTE - Você me ignorou a semana inteira - reviro os olhos. - Sua amiga deve estar te esperando. Vai embora. Tento fechar a porta, mas meus movimentos estão lentos demais, ent...