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[ 22 de maio, quinta-feira ]




  — Woah, woah, woah, espera aí — Tobias pede, balançando as mãos. — A gente não se vê por alguns dias e você é presa por nocautear um cara?!

  — Já tem quase um mês, na verdade. E eu não fui presa.

  — Você com certeza é muito interessante, Ariane Greene — ele balança a cabeça, parecendo perplexo. — Você e seu namorado formam uma dupla e tanto. Ele soca a cara do senhor Ramirez, você faz um homem desmaiar com uma lata de refrigerante... Quanto ao Castiel não é uma surpresa, embora eu não o conheça, mas jamais te imaginaria como uma pessoa agressiva.

  — Não sou agressiva! — exclamo com um pouco de intensidade demais, assustando a senhora que está efetuando o pagamento. Sorrio para ela, lhe devolvendo o cartão com a nota fiscal. — Boa tarde, volte sempre.

  A senhora me lança um olhar estranho antes de se retirar.

  — Não sou agressiva, só tenho alguns impulsos — tento me justificar. — E eu só conseguia pensar no estado deplorável do Keith e no rosto machucado do Leigh. Aquele cara não podia sair impune depois de ferir duas das pessoas mais puras que conheço.

  — Quão puros dois homens adultos podem ser?

  — Não quero dizer puros tipo a Virgem Maria, mas ambos são super doces e amáveis. É impossível você conhecê-los e desejar fazer algum mal a eles de propósito, isto é, a menos que você seja um acéfalo imbecil.

  — É maneiro vocês se defenderem dessa forma. E fico feliz por seus pais terem voltado atrás e deixado você continuar no Hummingbird. Não seria tão legal trabalhar aqui com outra pessoa.

  Sorrio. A Crowstorm tem estado bastante ocupada nos últimos dias, então Tobias voltou a substituir o Keith. O senhor Johnson o deixa faltar, apesar de já ter esgotado o banco de horas, porque várias pessoas aparecerem procurando pelo baterista da Crowstorm e isso é vantajoso para os negócios. Acredito que Keith tenha um emprego garantido aqui mesmo que nunca mais volte. Puseram até uma fotografia dele na parede, vestindo o uniforme do Hummingbird.

  — E aí, qual a boa de hoje? — Tobi pergunta enquanto nos preparamos para fechar a lanchonete.

  — Nada. Quer dizer, hoje eu e o Castiel fazemos sete meses de namoro, mas não vamos comemorar porque os meninos vão ficar até tarde na gravadora.

  — Ah, que pena. Acho que essa é a parte ruim desse ramo.

  — É, não o vi muito nos últimos seis dias — dobro meu avental e o guardo na prateleira sob o balcão. — Mas tudo bem, fico feliz em vê-lo correr atrás dos sonhos dele. Não precisamos comemorar todo mês, mas quero que estejamos juntos quando completarmos um ano. Disso eu faço questão.

  — Um ano de relacionamento é uma coisa importante, sem dúvida. Então, não tem nada pra fazer essa noite?

  — Hm... Não. Bom, tenho um pouco de lição de casa e preciso trocar a ração do T'Challa, mas nada além disso.

  — Legal, então tenho um convite pra te fazer. Vai rolar uma exposição na faculdade feita pelos estudantes de arte, e como você gosta de tirar fotos, pensei que poderia curtir. Que tal? Começa às oito e meia. Posso te apresentar uns lugares do campus, já que vai para Northwest em setembro.

  — Show! Posso levar um amigo? Talvez ele vá para lá também.

  — Claro, é aberto ao público.

  — Ótimo, então estaremos lá — sorrio.

  Tobias sorri de volta, e passamos a conversar sobre como é a faculdade até a hora de nos despedirmos.
 




  Esse é curtinho porque talvez eu demore um pouco pra atualizar e não queria deixar vocês esperando demais. Estou meio que focando em terminar de ler Oliver Twist no meu tempo livre e ainda faltam mais de 300 páginas 😬

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