[ 26 de fevereiro, sábado ]
— Então — pergunto enquanto ajudo Castiel a vestir uma camiseta. —, feliz por tirar os pontos?
Cinco dias passaram rápido e, por sorte, o mau humor do ruivo diminuiu consideravelmente. Não que tenhamos conversado muito. A universidade deu o prazo de sete dias para o envio da redação, então passei as últimas setenta e duas horas escrevendo e reescrevendo meu texto, na tentativa de deixá-lo o mais perfeito possível. Enviei-o hoje, mais cedo. Quanto mais eu o refazia, mais confuso parecia ficar, por isso resolvi não estender até o último momento. Não levo o menor jeito para falar sobre mim. Não tem muito para falar, na verdade.— Sinceramente, Greene, esses pontos são o meu menor problema. Eles nem incomodam tanto assim.
— Mesmo assim, é uma preocupação a menos — pego o pente sobre a escrivaninha e começo a pentear as madeixas vermelhas molhadas. — Podemos aproveitar a ida ao hospital e pedir para darem uma olhada na sua clavícula. Tem sentido menos dor, não é?
— Sim — ele responde entredentes quando puxo seu cabelo sem querer. — Será que tem alguma chance de eles tirarem a tipóia mais cedo?
— Com apenas cinco dias? Duvido muito.
— Eu crio esperanças e você as pisoteia. Somos uma boa esquipe.
— Estou sendo realista.— Tudo bem. Foda-se a tipóia. Estarei ótimo em quarenta e oito horas.
Franzo o cenho, dando cabo do último nó.
— O que tem em dois dias?
— Acaba a semana do celibato.
— Ah, claro — sorrio. — Ansioso por isso?
— Você não tem ideia.
— Eu pensei sobre isso e acho melhor não fazermos nada até sua clavícula estar cem por cento curada.
Castiel olha em minha direção mais rápido que uma bala. Uma reação esperada.
— Não faça isso comigo, Greene. Não brinque assim.
— Não é brincadeira. Não quero que a fratura piore ou sei lá. A coisa toda exige muita movimentação.
— O médico disse que estava tudo bem depois de uma semana.
— Mas talvez seja melhor não arriscar — me encosto na escrivaninha. — É seu braço direito, você é destro, precisa dele.
O ruivo se levanta e vem até mim. Sua expressão beira o desespero. Homens…
— Vinte e cinco dias, Greene. Quer me deixar na seca por mais vinte e cinco dias?
— Será tão difícil para mim quanto pra você, acredite.
— Está tentando me matar?
— Muito pelo contrário.
— Greene, por favor. Nós mal temos conversado nos últimos dias, estou com saudades. Não posso nem te abraçar direito. É quase uma tortura dormir e acordar sentindo seu cheiro, seu corpo, e não poder tocá-la. Se eu tiver que esperar mais vinte e cinco dias para ter você, vou ficar doido!
Faço um bico e me aproximo vagarosamente, passando os braços ao redor de sua cintura. Castiel me envolve com o braço esquerdo e apóia a mão direita em meu quadril.
— Sei que é difícil, mas você aguentou ficar sem mim por duas semanas.
— Eu estava definhando.
— Vai passar rápido — garanto. — E agora que já enviei minha redação, não vou ficar mais tão distante. Vamos jantar juntos todas as noites, ok? E conversar e ver tv, o que quiser.
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FanfictionNOTA: ESSA HISTÓRIA CONTÉM ERROS DE DATA QUE SERÃO CONSERTADOS POSTERIORMENTE - Você me ignorou a semana inteira - reviro os olhos. - Sua amiga deve estar te esperando. Vai embora. Tento fechar a porta, mas meus movimentos estão lentos demais, ent...