[ 08 de janeiro, sábado ]
A noite está particularmente quente e estou a caminho da sorveteria, depois de estacionar o carro, quando ouço meu nome ser chamado. Todas as pessoas que se dariam o trabalho de falar comigo aleatoriamente não estão nem perto daqui, então estou visivelmente confusa quando interrompo os passos e me viro. Debrah já está se aproximando, sorrindo de ponta a ponta, vestida como se fosse a personagem principal de uma comédia romântica.
— Caramba, oi! — cumprimento, retribuindo seu abraço. — Faz um tempão que não te vejo. Achei que já tivesse ido embora.
— Ah, não, ainda tenho alguns dias. Está ocupada agora?
— Na verdade, não — balanço a cabeça. — Normalmente eu estaria com o Castiel agora, mas ele está ajudando um amigo. Eu vim tomar um sorvete. Pode me acompanhar, se quiser.
— Claro — Debrah sorri e começamos a caminhar juntas. — Então… Está tudo legal entre você e o Castiel?
— Tudo maravilhoso — sorrio também. — Meus pais decidiram deixar que a gente namore em paz, felizmente. Mas disseram que vão proibir de novo se dermos qualquer passo em falso, então temos que ser cuidadosos.
— Puxa, isso é ótimo. Fico muito feliz por vocês.
A sorveteria está razoavelmente movimentada quando entramos, e Debrah me conta sobre os trabalhos que tem feito enquanto aguardamos na fila. Eu peço sorvete de chocolate com muita calda e confeitos, ela pede apenas uma casquinha de creme sem absolutamente nada por cima. Ser modelo exige certas restrições, aposto. Nós nos sentamos em uma mesa do lado de fora, porque a noite está bonita demais para desperdiçarmos ficando debaixo de um teto. É uma pequena que eu não esteja com minha câmera — ela é cara demais para ser levada por aí o tempo todo.— Como foram suas festas de fim de ano? — Debrah pergunta, usando uma colher de plástico para comer o sorvete ao invés de lambe-lo diretamente.
— O natal foi meio blé, mas o ano novo foi bem legal. E as suas?
— Foram uma beleza, fiquei com minha família e minhas amigas. Castiel te contou que nós nos encontramos na festa da fraternidade no réveillon? Achei uma pena você não estar lá.
— Não, ele não contou.
Sinto uma pontada estúpida no peito. Isso não me incomoda. Não deveria me incomodar.
— Foi a primeira vez que o vi em um palco. Quase não acreditei no quanto ele é bom. Deve ser legal namorar um músico.
— Ah, é, eu adoro ouvi-lo cantar. Castiel é muito talentoso. Os outros garotos também. Espero que façam tanto sucesso quanto almejam.
— Sério? Não tem medo que vocês acabem se separando se a banda estourar?
— Por que eu teria?
— Porque Castiel ficará super atarefado, vai passar bastante tempo longe por causa das turnês, sem falar nas fãs atiradas. Muitas pessoas que alcançam a fama terminam relacionamentos antigos para ficar com alguém, digamos, melhor. Ele pode acabar com uma supermodelo, alguém que se equipare a ele em termos de sucesso e beleza.
O sorvete fica amargo em minha boca. É claro que eu nunca tinha pensado em nada disso, mas Debrah tem um ponto. É inegável que coisas assim acontecem aos montes, já vi várias situações parecidas em perfis de fofoca no Instagram. Mas Castiel não seria capaz de uma coisa como essa, não é? Claro que não.— Eu não me preocupo — forço um sorriso. — Castiel tem um bom caráter.
— Claro, claro, você tem razão. Só fiquei curiosa — ela dá de ombros. — Além do mais, é possível que vocês nem estejam mais juntos quando a Crowstorm ficar famosa.

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FanfictionNOTA: ESSA HISTÓRIA CONTÉM ERROS DE DATA QUE SERÃO CONSERTADOS POSTERIORMENTE - Você me ignorou a semana inteira - reviro os olhos. - Sua amiga deve estar te esperando. Vai embora. Tento fechar a porta, mas meus movimentos estão lentos demais, ent...