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[ 25 de outubro, sexta-feira ]





Quando finalmente tomei coragem para contar sobre meu romance (?) recém iniciado com Castiel esperava receber reações surpresas, com direito a queixos caídos e tudo mais, mas Ariana, Keith e Lysandre agem como se já soubessem ou esperassem que isso acontecesse. 

— Por que não parecem nem um pouco surpresos? — indago.

— Desculpe, Ari, mas era meio óbvio — Lysandre constata, dando de ombros. 

— Eu sempre achei que um dia vocês sucumbiriam a toda a tensão sexual. Até que demorou — Keith entra na conversa. 

Ariana se levanta do banco e corre até mim, envolvendo meu pescoço com os braços. Sorrio, desferindo tapinhas afetuosos em suas costas.

— Eu estou tão feliz! É seu primeiro namoro e você já fisgou um gatão! 

— Não é um namoro — esclareço. — Estamos indo devagar. 

— Ainda assim — o sorriso dela é tão grande que quase alcança suas orelhas. — Há quanto tempo estão juntos? 

— Dois dias.

— Isso é tão emocionante! E não precisa se preocupar, o papai não vai descobrir. Nós te daremos cobertura sempre que for necessário.

Os garotos concordam.

— Eu te cubro sempre que vocês quiserem se pegar na dispensa — Keith provoca, dando uma piscadela.

                                        •

— Então, temos três aliados? — Castiel pergunta, mordendo o algodão doce cor de rosa que está segurando.

Hoje é sexta e está particularmente quente para uma noite de outono, então nós decidimos dar uma volta na praça onde está localizado o parque de diversões. Ariana e Lysandre disseram que também viriam para que meus pais não suspeitassem de nada, mas foram comer pizza com alguns amigos. Tiro um pedaço do meu próprio algodão doce e enfio na boca, sentindo o açúcar derreter na minha língua. 

— Temos. Fico surpresa por não ter falado nada pro Keith. Achei que tinham se tornado amigos depois da festa.

— Ele é gente boa, mas não diria que nos tornamos amigos. Além do mais, achei que seria melhor deixar você decidir quem deveria saber sobre nós, já que é você quem precisa manter segredo. 

— Obrigada — sorrio, lhe dando um beijo rápido. — Quer andar em algum brinquedo? Eu aceito ir em qualquer um que não envolva altura ou monstros.

— Então sobra as atrações infantis. Você pode andar no patinho, se quiser, mas acho que minhas pernas não caberiam.

— Há há há. O que quer fazer, então? 

— Tenho uma ideia.

Sem fornecer qualquer dica sobre qual é essa tal ideia, Castiel me guia até sua moto e nós terminamos nossos doces rapidamente antes de subirmos no veículo. Não sei quanto tempo passamos na estrada, mas noto que em algum momento alcançamos um local mais afastado. Castiel estaciona na base de um morro, perto de várias árvores. Há algumas casas e postes de iluminação por aqui, mas é tudo bem silencioso.

— Você não vem? 

Quando volto a atenção para Castiel, ele está mais perto das árvores.

— Não está planejando entrar no bosque, está? — pergunto, alarmada. — Está muito escuro!

— Eu sei, por isso é o lugar perfeito para esconder seu corpo — ele brinca, mas estou preocupada demais para achar alguma graça. — Qual é, Greene, estou só te provocando. Não precisa ter medo, já vim aqui milhares de vezes. Prometo que a vista vale a pena.

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