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[ 07 de maio, quinta-feira ]





  Castiel desliza a ponta do dedo suavemente pela minha pele nua, do quadril até o ponto abaixo do meu seio, enquanto recuperamos o fôlego em silêncio. O Hummingbird não funcionará por alguns dias porque o senhor Jhonson planejou pequenas reformas, então terei as tardes livres. Bom, mais livres que o normal, pelo menos. Ainda terei dever de casa e tarefas domésticas e coisa e tal. Ao menos esses dias de folga inusitados não serão descontados do nosso salário.

  Castiel se aconchega contra mim, passando o braço por meu torso, e deposita um beijo entre minhas omoplatas. Suspiro, sorrindo levemente, e entrelaço nossos dedos sobre minha barriga. É doido pensar que estou sem roupa alguma na frente de um garoto, em um ambiente claro, e me sinto totalmente confortável, sem nenhuma vontade de me esconder. Acredito que isso se deva ao fato de o Castiel nunca me olhar com julgamento. Tá, às vezes ele julga algumas atitudes, mas nunca a aparência. Isso me deixa mais segura.

  — Eu sou maluco por você, Greene — ele declara de repente. — Me sinto tão feliz e em paz quando estamos juntos. Você me faz sentir como se tivesse chegado em casa depois de um longo dia, sabe?

  — Sei — respondo, me virando para olhá-lo. — Sei exatamente o que quer dizer. Você tem cheirinho de lar também.

  Castiel esboça um sorriso suave e acaricia meu rosto.

  — Acha que nos sentimos assim porque somos o primeiro relacionamento um do outro? — pergunto.

  — Não sei, mas tenho certeza de que te amo como um louco. De um jeito bom, quero dizer, não como alguém que vai te colocar num freezer se terminar comigo.

  Rio, depois me sinto meio mal porque sei que essas coisas acontecem de verdade.

  — Tudo bem, não quero terminar mesmo.

  — Nem eu — ele desce a mão de volta para a minha barriga, e seus olhos acompanham o movimento. — Mas às vezes penso nisso sem querer. No futuro, nós dois muito ocupados com nossos respectivos trabalhos... Tenho medo que a gente se distancie demais e a coisa esfrie, e você acabe conhecendo um modelo bonitão galanteador.

  — Tem medo que eu me interesse por outra pessoa? É você quem vai estar rodeado de mulheres de todos os tipos. Talvez um dia, no meio de um show, você troque olhares com uma fã no meio da multidão e decida que não somos mais bons juntos.

  — Credo, é isso o que chamam de disforia pós-sexo? Que papo triste.

  Rio outra vez.

  — Foi você quem começou — viro meu corpo todo em sua direção porque meu pescoço começa a doer. — Não vamos pensar sobre término. Talvez aconteça no futuro, não tem como sabermos, mas não precisamos nos preocupar com algo que ainda não aconteceu e nem está perto de acontecer. Não está, né?

  — De jeito nenhum, querida. Se depender de mim, a gente se casa e têm uns filhos e tudo mais.

  — Uau, que jeito fofo de dizer. Então... Você pensa em ter filhos?

  — Claro. Já não falamos sobre isso?

  — Gosto de me certificar de tempos em tempos.

  — Bom, eu com certeza quero formar uma família um dia. Ter um filho ou uma filha ou os dois, quem sabe, e ensiná-los a tocar guitarra. Consegue imaginar?

  — Consigo — sorrio. — Espero muito que aconteça.

  — Eu também, garotinha — ele se inclina para me beijar. — Cacete, como estamos sentimentais hoje. É melhor a gente sair dessa, antes que esses filhos venham mais cedo que o planejado.

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