|Cap. 16|

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— Vejo que é uma mulher pontual, senhorita Alexia.

— Só quando o compromisso em questão me interessa, senhor Korcwovski.

— A senhorita saiu caminhando pela festa com um prato na mão? — sinto seu delicioso riso quando me sento ao seu lado em um dos bancos e coloco o prato de comida sobre o colo.

— Creio, meu senhor, que para uma jovem em fase de crescimento, dividir uma pequena torta não será suficiente.

— Não está mais em fase de crescimento, Alexia. Ao meu ver já é uma mulher formada. — Consigo sentir como seus predadores olhos se movem sobre meu corpo e sua voz me parece como um aviso. Um que não quero me preocupar em entender enquanto, também, lentamente o admiro.

— Tem razão, senhor, já sou uma mulher formada. Mas uma que ainda corre atrás de sua sobremesa favorita.

— Então não vamos esperar mais tempo, que comecem as aulas!

— Oh!... Não zombe de mim, Alteza. Comer belas tortas de amora deve ser minha única qualidade para conquistar um bom partido. — digo com um sorriso de provocação.

— Pretende conquistar um nobre cavalheiro comendo tortas? — pergunta com falso espanto.

— Podemos fazer um teste. — digo docemente. — Vou comer toda a torta que está em seu prato, daí poderá me dizer se tenho alguma chance. Pense nisso como um trabalho filantrópico de sua parte.

— Acredita mesmo que pode usar esse tipo de artimanha para me convencer? — o sorriso em seu bonito rosto faz subir em minha alma um desejo desconhecido e quente.

— Não me custou tentar! — termino num riso zombeteiro para aliviar a chama desconhecida que parece querer me consumir enquanto evito encarar o centrado de seus olhos.

— O que posso fazer é dividir a torta como prometido, nada mais.

— Aceito! — afirmo prontamente antes que o cavalheiro em questão possa mudar de ideia.

—Então... qual o segredo da torta? — pergunta curioso.

— Usar as mãos! — digo calmamente, para logo escutar uma estrondosa risada.

— Não acredito que conseguiu me tomar metade da torta por uma resposta como essa. Creio não poder pagar!

— Foi nosso acordo! Sua palavra e bom nome estão em jogo aqui. — retruco em brincadeira.

— Sinceramente, senhorita Bandle, devo tomar ainda mais cuidado com essa sua mente esperta.

— Vamos logo, senhor korcwovski, passe minha parte. Não creio ser algo cavalheiresco deixar uma dama sofrendo. — brinco.

— Mocinha, não será tão fácil se apoderar do traiçoeiro prêmio. — e ao final dessas últimas palavras o vejo cortando em alguns pedaços a massa crocante e o recheio cremoso da bela torta.

— O que faz?

— Ora, Alexia, vou pagar a minha dívida. — seu tom tem algo de sério.

— Mas a minha parte é a metade!

— Não seja gulosa, Alexia! Prometo que pagarei toda a dívida. Agora, por favor, abra a boca! — ele ordena enquanto segura um dos pequenos pedaços de torta entre os dedos.

— Vamos, Alexia! O que está esperando?

— Eu... eu posso acabar mordendo seus dedos. — digo algo torpe, uma péssima tentativa de conseguir alguma aceitável desculpa.

Sedução do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora