–– Podemos fazer uma bela excursão pela praia e as docas ou podemos ir para a parte Oeste onde tem um rio muito bom para nadar. Há uma trilha perto da casa de armas do Capitão, podemos subir por ela e chegaremos ao destino em menos de 20 minutos. –– Gaspar diz com seu jeito objetivo em resposta à minha pergunta sobre nossa aventura do dia.
Saímos da casa, passamos por uma pequena villa não muito próxima e logo nos deparamos com a casa de armas alguns metros à frente de onde caminhávamos. É um simples barracão, com provavelmente uns 4 cômodos e de um tamanho substancial. O local parece deserto, cercado de arvores, mato e nada mais. A impressão é de puro vazio e abandono, o que só é deixada pela limpeza do terreno cada vez mais visível em cada passo dado por nós.
Estamos atravessando o barracão, com suas paredes de pedra tão solidas e resistentes e suas pequeninas janelas altas, um lugar que mais parece uma pequena prisão, quando escutamos o que de início me parece um miado baixo e cansado de um gato, mas que rapidamente se distende para algo mais humano. Gaspar para seu corpo abruptamente, seus olhos se expandem, suas pupilas dilatam e sua cor morena e bonita está pálida e terrivelmente assustada.
–– O que acontece, Gaspar? Está bem?
–– Eu...eu... –– suas palavras são balbuciadas e incompreensíveis, seus passos são lentos e torpes rumo à casa de armas. Suas mãos, de repente, como num acesso de desespero, batem contra a madeira pesada da porta, uma tentativa vã de abri-la e que só causa estragos em seus dedos finos. Os machucados estão visíveis, o que me faz tomar a dianteira nesta situação tão inverossímil.
–– Gaspar, pare! –– digo puxando suas mãos devastadas para meu vestido. –– Se acalme e me responda o que acontece. –– exijo com cuidado, temendo por algo desconhecido que grita naqueles olhos dilatados e desesperados, mas que se cala em lábios secos.
–– Não há como abrir a porta sem uma chave. Vamos, se acalme e podemos tentar resolver isso de uma melhor forma possível. –– soluciono ainda segurando aquelas mãos machucadas e trémulas.
–– Precisamos voltar! –– ele apenas diz enquanto sai, sem esperar qualquer resposta, caminhando sozinho e em passos agressivos de volta à casa.
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Sedução do Príncipe
RomanceNos contos de fada o amor surge dos momentos mais incomuns, mas para a realidade daqueles que nunca podem escolher, o amor surgiu do memento mais trágico. Alexia é uma jovem ativa e que aproveita de toda sua liberdade rodeada por campos verdes...