|Cap. 29|

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Indicação de música: Tank - When We

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Acordo sentindo um calor confortável em minhas costas, um calor que me abraça possessivamente e espanta todo o frio. Posso sentir o perfume almiscado de Mikhail, uma mistura de loção cara e masculina, charuto e Brandy. Seu corpo está colado ao meu, seus braços e pernas me prendem e me amparam na madrugada. O quarto ainda está escuro, mas sei que seu peitoral nu se aconchega descaradamente em minhas costas também nua.

–– Mikhail...–– sussurro

–– Só durma, esposa!

–– O que faz aqui? Pensei que não voltaria mais por esta noite. –– digo já saindo do torpor causado pelo sono.

–– Também pensei, mas não consegui me afastar de você. –– sussurra em meu ouvido, me deixando em um estado de estranho alerta pelo calafrio dolorosamente prazeroso que transpassa meu corpo. Me desprendo lentamente de seu poderoso abraço e me viro ao seu encontro. Não há iluminação o bastante para ver seu belo rosto, apenas uma pequena claridade de madrugada que me permite delinear seus traços e ver o brilho de seus olhos.

–– Quero beija-lo... –– sussurro sem perceber os desejos latentes e crepitantes que são evocados de minha alma.

–– Sinta-se livre, adorável esposa! –– sorri malicioso, o que me traz de volta a sensação do arrepio anterior.

Não posso dizer como atingi a coragem para beija-lo, nem quando aconteceu de meus lábios tocarem delicadamente aos seus e, com a língua, traçar pequenos contornos e forçar abertura para que esta provasse cada pequeno, sórdido e maravilhoso sabor de Mikhail. Meus lábios agora se fecham nos seus, minha língua trava, lenta e incansável, uma luta contra a sua. Meu corpo se aquece exageradamente ao passo que a necessidade de me apertar em seus braços aumenta.

–– Alexia...–– diz rouco –– Você tem ideia do caminho que toma, sim? –– pergunta, mas sua voz rouca e sua respiração difícil me soam mais como uma suplica, me fazendo desejar gritar de frustração ao ter meus lábios afastados dos seus. Quero gritar de frustração ao ser lançada para a realidade e ter de pensar sobre meus atos. A verdade é que sei exatamente o que faço, morei minha vida inteira no campo, e mesmo sendo criada por meu avô e sempre cercada de homens, não era estúpida para não entender a língua suja das empregadas, ou não saber o que significava a comoção de casais nos jardins atrás da casa grande. Fecho meus olhos, sei que ele espera uma resposta para continuar ou interromper seus atos. Sei também que prometi nunca me entregar a este homem ou ao homem que ele parece ser. Mas estou perdida, desesperada por mais. Desesperada pelo meu Sr. Sombrio.

–– Sim, Mikhail...–– respondo sincera –– Sei o que faço e pretendo continuar a fazer. –– termino descarada, para logo ganhar um pequeno sorriso deste homem antes de ter meus lábios tomados por um beijo leve.

–– Pretendo ser gentil, Alexia, mas não espere muito de alguém que não precisou aprender sobre delicadezas...–– sussurra ao me virar de costas para a cama e, sem me deixar espaço para argumentar, me beijar de maneira dura e sensual.

Seu corpo agora está sobre o meu, sua pele esquenta cada pequeno pedaço em que toca, me fazendo sentir ferroadas de prazer, nervosismo e antecipação. Seu corpo duro faz frente ao meu. Suas mãos grandes e quentes vagueiam e exploram longamente meu corpo que não parece se envergonhar de suas caricias, enquanto seus lábios provam minha pele em pequenas mordidas enlouquecedoras.

Minha respiração acelera, meu corpo se arrepia em cada toque. São ferroadas de prazer e antecipação que descem até os dedos dos meus pés que se curvam em dolorosa rendição. Sinto seus lábios que abrasam ainda mais o calor dos meus seios, a força de sucção com que vai os levando e me levando próximo a uma maravilha desconhecida. Minhas unhas arranham suas costas, apertam toda e qualquer carne vigorosa e deliciosamente máscula. Posso ver como se posiciona entre minhas pernas, como me olha preocupado e, ao mesmo tempo, desesperado, preso na ânsia da posse.

–– Não pare!...–– digo necessitada, dando o tempo de uma longa respiração para sentir a forte pontada que parece rasgar minhas entranhas. Seguro um grito. Não quero destruir o que criamos até o momento, mas seus olhos parecem captar a dor que transpassa meu interior.

–– Alexia...–– Ele diz sem folego, numa voz entrecortada de quem não pode mais aguentar. Sei das suas necessidades, elas também me pertencem. Pertencem a Alexia que quer explorar e se acabar nos prazeres da carne.

–– Por favor, não pare!...–– digo novamente, empurrando meu corpo ainda dolorido ao seu encontro. Ele geme. Se aperta ainda mais em mim, como se o medo de me perder fosse grande. Aproveito esse pequeno momento, enterro minha cabeça em seu pescoço, tomo uma nova respiração e ondulo meu corpo repetidas vezes em nossa união.

–– Meu Senhor, Alexia...–– ele ofega em desespero, mas desta vez não há parada. Seus lábios cheios procuram aos meus com devassidão, chupam com gula, tomam com perícia e fome, uma de suas mãos vagueia por entre nós, tocam minhas pernas, meus seios e meu ventre enquanto me enche de desejo. Nossos corpos suados se envolvem sem deixar o harmonioso ritmo frenético, seus dedos descem atrevidos e proclamam como seu o meu prazer que cai como um raio, uma bomba, um algo que se desprende de mim e me deixa em completo abandono. Estou perdida. Estou perdida no mar azul e sombrio que parece me arrastar a cada segundo, aqui e agora, para um lugar ainda mais fundo em sentimentos até então desconhecidos.


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