|Cap. 23|

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As carruagens que nos levam ao baile já estão à postos na entrada principal da mansão quando deixamos as discussões de lado e saímos para o jardim frontal. A Viscondessa ordena tudo de maneira a irmos em casal, uma ideia estranha já que as carruagens podem acomodar facilmente 4 pessoas cada.

— Você, William... — ela diz ditando suas ordens como um generalzinho muito habilidoso. — Irá com Bianca, Mikhail com Alexia e o Visconde comigo. — ri na última parte ao olhar carinhosamente seu marido.

— Alexia!... — A sonora voz de Mikhail me chama, e com sua mão estendida me ajuda a subir na carruagem disposta.

— Nunca pensei que fosse tão complicado se locomover com esses vestidos. — digo após nos acomodarmos na carruagem, uma tentativa de evitar qualquer clima ruim. Não pretendo estragar minha noite pelos caprichos desse sujeito arrogante. — Espero que a festa seja tão agradável quanto a dessa tarde. — tento mais uma vez manter um relacionamento agradável, mas que é frustrado no primeiro instante pelo silêncio sepulcral que nos rodeia.

Os minutos passam, os enormes e negros cavalos percorrem a parte de uma iluminada e nobre Londres e estou dentro de uma caixa com um homem que não está o mínimo disposto em ser agradável, obrigando meus olhos a observar o interior da carruagem como forma de ir matando o tempo. Por fora esta carruagem parece a mesma que usamos de manhã, negra e com o mesmo brasão, mas seu interior é diferente, tão exótico como os olhos azuis do homem ao meu lado. Suas almofadas são ricamente bordadas em fio de ouro e prata, seus desenhos de um detalhismo fascinante, além dos inscritos lapidados na madeira escura. Assim consigo, por aquele pequeno instante, me transportar para o opulento e mágico mundo russo.

— Estou fascinada... — sussurro olhando ao redor daquele suntuoso transporte.

— Eu também! — finalmente escuto sua voz, e ao olhar para ele, vejo, pela luminosidade amarela da lamparina presa ao teto, que seus olhos estão sobre mim. Não sei o que sentir, mas meu corpo reage em resposta se acalorando como em espera de algo.

— Você está linda esta noite, Alexia. — sua voz roucamente sussurra, fazendo com que os pelos em meus braços se levantem.

— Você também! — forço minha voz em resposta.

— Deveria ter dito antes, no primeiro segundo que a vi descendo a escada. Esta cor combina muito bem com você. — seu tom é baixo, macio e sensual, deixando minha garganta seca e meu corpo sufocado com toda aquela roupa. Não consigo dizer nada, mas sinto não ser necessário. — Chegamos! — ele diz um tanto decepcionado, e meu consciente agradece pois necessita de espaço para calmar e entender essas novas e descontroladas sensações. — Guarde uma valsa para mim. — ele sussurra ao meu ouvido quando novamente me ajuda a descer da carruagem. Minha garganta ainda permanece seca, palavras são impossíveis, então unicamente balanço a cabeça em resposta afirmativa. Preciso urgentemente de uma bebida forte, algo que refresque e acalme todo esse alvoroço interior.


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