Sedução do Príncipe

|Cap. 19|

Subo as escadas cegamente, apenas aceitando a mão que me guia para um quarto amplo e arrumado no final do corredor. Não presto muita atenção ao ambiente, pois o homem que amo está próximo demais. Não consigo atentar em nada além do barulho da porta se fechando, de Mikhail, que ao soltar meu pulso, me olha longamente com olhos do mais doce azul, do mais limpo céu, da mais necessária paixão. Ele me cinge a cintura, me levanta em seus braços e se encaminha para uma enorme cama. Seus passos são decididos, mas não apressados. Seu corpo é duro de encontro ao meu e suas mãos são possessivas em seu agarre forte.

–– Tentarei ser delicado desta vez, esposa. Amarei com deleite e calma cada pedaço do seu belo corpo. –– diz rouco enquanto me deposita suavemente no centro da cama e, com suas mãos agora livres, desabotoa meu vestido e expõe a pele dourada do meu colo. Meu corpo treme, meu coração bate em cada roçar malicioso de seus dedos longos, em cada respiração ofegante do homem que me desvenda mais uma vez até não sobrar nada de mim, nenhum segredo para esconder. Quero dar-lhe todo meu corpo e minha alma. Quero que me ame além da paixão, além do tempo e infinitamente.

–– Mikhail... –– sussurro com o pouco de voz que me resta ao ver seus lábios baixarem sobre meu peito, sua respiração esquentar e formigar minha pele nua e sua boca tomar voraz aquilo que lhe pertence. Ele parece faminto de mim, assim como me encontro dele. –– Meu Deus!... –– rogo ainda mais perdida em sensações quando sinto sua língua dançar por sobre minha pele, seguindo do pescoço e, assim como vai se livrando do tecido grosso do vestido, descendo sem pudores. Posso sentir seus lábios beijarem delicadamente meu estômago, suas mãos ansiosas apertarem as carnes de minha coxa buscando alcançar meu prazer.

Não consigo mais ser passiva, aceitar de bom grado que só ele toque. Com meus dedos, busco, atrevida, seguir o contorno de seus braços e peito sob a camisa, tentando tremula e quase sem paciência, me livrar, em vão, de toda roupa que nos separa.

–– Vamos, tire isso! Já não aguento mais... –– forço as palavras entre dentes antes de ser pega de surpresa por lábios que se encaixam em meu sexo e que ainda mais ousados, sugam, beijam e lambem o pequeno pedaço de pele tão sensível. –– Mikhail... Por favor, não!... –– tremulo em choque pela ação e, ao mesmo tempo, pelo prazer que vai me amarrando lentamente.

–– É bom, Alexia... Apenas relaxe! –– ele sussurra ainda mais rouco e, ao admirar seu rosto entre minhas pernas e ver o brilho que se espalha por seus lábios, sinto o orgulho me tomar ao saber que minha essência marca seu rosto e meu cheiro infiltra em seu corpo. Não consigo mais me conter, o som orgástico que libero após alcançar o sol da delícia e do prazer de dividir corpo e coração com esse homem me devora rapidamente, me consome sem deixar esperança de me salvar de um abalo que me leva ao êxtase e faz meus dedos dos pés se contorcerem pela paixão. –– Você é tão linda! –– ele suspira ao dispor seu longo corpo ainda vestido sobre o meu e me abraçar enquanto continuo sentindo pequenos espasmos do prazer que suportei. Abro meus olhos lentamente para o admirar, estico meus braços a sua volta, contornado sua cintura e o apetando mais a mim. Ainda necessito dele, e é por necessitar tanto que busco seus lábios apressada, que me esfrego preguiçosamente sob seu corpo e nos acendo um pouco mais. –– Alexia... –– força rouco. –– Não conseguirei me conter, faz um longo tempo que... –– ele tenta completar a frase, mas a surpresa toma seus olhos ao sentir minhas mãos que libertam suas calças e, logo mais, minhas pernas que o rodeiam com força e determinação.

–– Me tome, esposo! Me tome como sua para sempre, pois você já é meu. –– digo atrevida enquanto continuo a dançar eroticamente por sob seu corpo até o ver desistir e se entregar ao prazer que consumirá nós dois.

–– Alexia!... –– ele ruge enquanto guia nossos corpos em confronto ao prazer. Posso escutar o barulho de nossas carnes guerreando, de nossas respirações difíceis e cortadas e dos gemidos que saem dos lábios sensuais do belo príncipe à minha frente. Sinto minha pele arrepiar com cada toque de suas mãos fortes sobre mim e de sua boca desejosa sobre cada parte sensível ao extremo, até que não aguento mais e explodo novamente em agonia, liberando da alma e da garganta o grito do mais fabuloso prazer e, neste exato segundo, quando abro meu olhos novamente, o vejo estremecer sobre meu corpo, e pela beleza de momento tão íntimo, sei que o seu coração é só meu, que ele se entregou para sempre e sempre e que o futuro que tinha tanto medo é o que vou batalhar cada dia mais para tê-lo nas mãos. –– Você está bem? –– pergunta ao se jogar para o lado e me puxar ao seu encontro num abraço carinhoso.

–– Sim, e você? –– pergunto tímida agora que a paixão se esfriou um pouco e o selvagem não fala por mim. Ele ri docemente, e seus olhos de verão e rosto perfeito me invadem e me inundam.

–– Estou imensamente bem, esposa, e pretendo me manter assim por toda a vida. –– diz me apertando mais ao seu corpo quente.

–– É verdade que, como André disse, você veio por mim? –– o encaro ansiosa.

–– Sim, Alexia, vim por você! Não se passou um segundo depois que te coloquei naquele navio que não me arrependi amargamente, e nem um momento que deixei de pensar em você. Pedi para que André lhe entregasse os meus escritos, uma forma covarde de revelar o que sentia e tentar fazer você lembrar de mim enquanto não podia te buscar.

–– Mas porque veio agora?

–– Porque além de não aguentar passar meus dias sem seus comentários espertos e seus olhos gulosos, tenho assuntos urgentes para tratar com meu irmão a seu respeito e, agora, o de Eleonora. –– Mikhail diz com voz que se enrijece mais em cada palavra, ao passo que a cor de seus olhos se turva e acentua suas marcas de cansaço.

–– Aconteceu algo?... É sobre Pedro? –– pergunto sem querer acertar na resposta, mas é a única certeza que tenho após ver as mudanças drásticas que marcam seus traços firmes para algo triste e sombrio.

–– Prometo que terminarei com tudo isso o mais rápido possível, esposa. –– soa determinado. –– Mas não vamos falar sobre tais coisas ruins hoje, ainda temos tempo e quero que descanse um pouco. Amanhã, quando as coisas estiverem em ordem, vamos conversar mais. Agora durma! –– diz enquanto me afunda mais em seu peito ainda vestido e afaga meus cabelos, me proporcionando um desligar da realidade e um adentrar ao mundo dos sonhos.

☆ Gostou do capítulo? CURTA E COMENTE, sua participação é muito bem vinda!☆