Já passa do meio-dia e o sol está em seu ponto alto quando chegamos em uma casa um pouco afastada do Porto no qual desembarcamos. A casa tem um ar agravável e um bom tamanho, constituída de dois andares que colocam suas grandes janelas e portas voltadas para um jardim simples e agradável. Pintada de branco e com detalhes em um verde mais escuro, ela me dá a sensação de não conhecer nenhum lugar mais prazeroso de se estar. Talvez o fato do sol forte e quente, da enorme quantidade de verde que nos rodeia porta à fora, das flores com suas cores fortes e do clima no seu mais maravilhoso tropical, me façam ter uma recepção mais feliz em relação a poluída Londres ou a fria e seca Moscou.
A mesma beleza exterior agora se distribui num confortável e bem decorado interior, com tudo me parecendo tão agradável aos olhos cansados, que me pego admirando silenciosamente o ambiente de entrada com sua ampla sala e as escadas imponentes com destino ao segundo andar. Os olhos brilhantes de Gaspar, a respiração de "finalmente em casa" de André e a bela moça em um simples vestido rodado e colorido que mal lhe chega aos tornozelos vindo em nossa direção com suas tranças loiras e grossas e seu sorriso de contentamento e saudade, me provocam uma sensação doce e feliz. Uma sensação de poder finalmente respirar depois de tantos meses, depois de tantas dores. Depois de uma vida.
–– Finalmente chegaram! –– a moça diz ao se aproximar do nosso pequeno grupo.
–– Hanna! –– André se adianta –– Gostaria de lhe apresentar a Princesa Alexia Korcwovski, esposa de meu querido irmão.
–– Um prazer, Alteza! –– ela desajeitadamente se curva em respeito.
–– Por favor, não há necessidade de tais coisas. Aqui sou apenas Alexia, uma amiga de André. –– digo num fôlego, desejosa de que aquilo não se repita e nem que eu continue sendo ligada ao homem que uma vez esteve presente em minha vida.
–– Hanna, por favor, faça a gentileza de nos trazer uma limonada refrescante. Tenho certeza que Alexia precisa de algo que espante esse desacostumado calor e, também, o deve querer esse garoto terrível ao meu lado –– diz se referindo por último ao pobre Gaspar que fora obrigado a ficar durante toda a viagem ao seu lado, uma simples e pura vingança de André por ter sido forçado a abrir mão da vitória pelo controle poucas horas antes no navio.
–– Ficaria muito grato, Hanna! –– Gaspar responde sem parecer se incomodar com o malvado Capitão. A bonita moça sai em direção ao que penso ser a cozinha, nos deixando sozinhos em uma parte lateral da sala onde se encontra alguns sofás de estilo colonial, poltronas macias e tapetes escuros de algum tipo de trançado local.
–– Assim que se refrescar vou pedir para que Hanna lhe mostre os aposentos que irá ocupar durante sua estadia. Espero que tudo lhe seja agradável e que qualquer problema ou vontade me seja comunicado para que, se possível, atenda com todo carinho e boa vontade, cunhadinha. –– termina André com um sorriso atencioso.
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Sedução do Príncipe
RomanceNos contos de fada o amor surge dos momentos mais incomuns, mas para a realidade daqueles que nunca podem escolher, o amor surgiu do memento mais trágico. Alexia é uma jovem ativa e que aproveita de toda sua liberdade rodeada por campos verdes...