|Cap. 27|

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–– Sente-se, Alexia. O chá já está quase pronto! –– Helena afirma enquanto manuseia os utensílios de cozinha.

–– Obrigada! –– digo ao me sentar em um dos bancos na pequena mesa.

–– Sei que não gostaria de ficar aqui, mas meu irmão é uma pessoa um pouco difícil de se argumentar. Foi assim durante toda infância! –– comenta nostálgica.

–– Não consigo entendê-lo, Helena! É sempre tão distante e silencioso. Me sinto perdida, no escuro, lutando contra algo desconhecido e nem posso contar com o apoio de Mikhail. –– desabafo em desespero.

–– Sei que é pedir muito quando digo para ter calma e não abandoná-lo, mas digo isso porque Mikhail mudou drasticamente com a sua presença. Eu o vi sorrir mais vezes e mais verdadeiramente em uma única noite do que em toda minha vida, Alexia.

–– Mas...porquê? Por que ele é assim?

–– Acho que meu irmão ainda não te contou nada. Agora que vejo, não é de se surpreender que esteja passando por um inferno e totalmente sozinha...

–– Então, por favor, Helena, me deixe ajudá-lo. Me ajude! –– suplico.

–– Sei que me arrependerei depois, mas não posso deixar que ele destrua este casamento, que destrua sua felicidade. –– Helena diz se sentando na cadeira ao meu lado e carregando em seus olhos grandes e escuros a dor da tristeza e da compaixão.

–– Não quero que se sinta obrigada a falar sobre algo que te machuque, Helena... –– correspondo preocupada com o que as lembranças parecem despertar.

–– Não, Alexia! É necessário que alguém fale, e sou eu a menos afetada por tudo isso, então nada mais justo que seja eu a relembrar.


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