|Cap. 2|

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Meu quarto é enorme e luxuosamente decorado, assim como todo restante da casa. É o quarto anexo ao de Mikhail, o que é inapropriado e perfeito para ser alvo de falatórios, mas do pouco que conheço desse homem, falar não modificará a situação, então guardo minhas energias e sigo para tomar um banho relaxante e quente.

Após o banho, coloco um vestido de lã branco com mangas cumpridas, minhas botas de inverno e me sento em uma das cadeiras próximas à janela, me deixando solta para observar uma parte do absurdamente enorme jardim lateral. Depois de alguns minutos uma das empregadas, uma jovem ruiva, traz a sopa fumegante e pães cheirosos. Seus olhos, de um verde muito claro, me observam atentamente ao dissecar todo meu corpo. Sua boca parece carregar um certo sorriso depreciativo.

–– Se precisar de mais alguma coisa, senhora, basta chamar pela sineta. –– diz em um péssimo Inglês, saindo apressadamente do quarto e me deixando sozinha e com uma bela bandeja de prata que exala um cheiro de comida fantástico, o que me enfoca para o barulho assustador do meu estômago que parece chorar por uma boa refeição. Após me deliciar com todo conteúdo da bandeja, me deito na cama, pego um livro e vou matando o tempo.


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