Sedução do Príncipe

Viscondessinha

Minha querida amiga Ingrid, me desculpe por não ter escrito antes. As coisas andavam, e ainda andam, corridas ao ponto do vertiginoso e não me sobra clareza suficiente para colocar no papel qualquer palavra. Hoje, depois de todos esses abandonados meses, tirei uma licença da minha exaustão emocional e escrevo-lhe com todo amor.

Que saudade tenho de você, dos teus olhinhos espertos e que sempre sabiam tudo, do seu sorriso contagiante e que me motivou para os dias dourados que passei em Londres. Que saudade de William e do Visconde, da bela Bianca que já deve estar muito bem instalada em sua nova casa de recém-casada.

As saudades são muitas, mas o que aprendi nessa bela viagem também foi de grande valia e, se você me perguntasse, diria que nem em sonhos ousaria trocar nada. Com todas essas palavras acima, já te deve ser bem sabido do meu amor por Mikhail, com isso das dificuldades que você sempre soube enxergar naquele mar sombrio e do rumo que minha vida agora segue, então parece que não será necessário lhe confessar mais nada, apenas o que minhas poucas palavras ainda rasgam num papel é o que você tão mais profundamente vai conseguir enxergar.

Espero poder voltar para Londres em algum momento da minha vida, e que seja enquanto ainda tenho forças e juventude. Digo isso como gracejo, já que tudo deste paraíso tropical e avassaladoramente quente me trazem um estranho conforto e felicidade, mas nada que tire a verdade sobre o sentimento de voltar para minha terra.

Sem mais delongas, afirmo que espero notícias suas e de toda família. Mande, também, te peço encarecidamente, notícias sobre aquele velho Conde que sempre vai fingir estar nas melhores condições para não me preocupar.

Que meu forte abraço te alcance,

Alexia.