|Cap. 4|

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O sol é o mais radiante de todos, como se brindasse com seu amor e doçura o meu retorno. As manhãs claras, puras, aconchegantes e perfeitas me envolvem apaixonadamente. Toda essa calmaria é um mundo novo para essa nova eu, é um mundo mais que bem-vindo para tranquilizar minha mente e deixar fluir meu coração. Os dias calmos que tenho passado desde a chegada em Londres refrescam minha pele e arrancam o atormentado de minhas lembranças, me permitindo florescer em novas experiências e acumular melhores sentimentos.

Faz-se alguns belos, longos e necessários dias que estou aqui, que respiro o frio ar inglês e abandono a quente lembrança do meu passado, abandono lembranças que me tomaram mais duramente. Nos mudamos, Mikhail e eu, para sua bela residência, uma esquecida casa que havia comprado durante seu rápido cortejo e as igualmente rápidas complicações que nos levaram ao casamento. É uma casa elegante, com suas linhas retas e seu porte firme, suas cores claras e sua decoração determinada. Os jardins, em seu esplendor, me apresentam todos os dias um gramado perfeito, pequenos bancos espalhados em todo seu espaço para o descanso daqueles que ousam perturbar a paz que dele renasce. Rosas perfeitas e vivamente vermelhas espalham amor e paixão em cada olhar, e as flores brancas que tentam com fervor se aproximar das enormes janelas da casa conseguem, em sua calmaria, retirar todo ar distanciado de um ambiente tão firme, me agraciando com a sensação de lar. A casa me parece a imagem de seu dono, mas uma imagem que é tocada e transformada por seu jardim. É um perfeito conjunto que nunca deveria ter se formado, é a perfeita ordem natural daquilo que não parece ter química. Nossa perfeita imagem.

–– Alexia?! –– escuto a sonora voz de Mikhail me chamando. Olhar para ele tem sido a melhor de todas as coisas durante meus dias. Olhar para seus traços mais calmos, seus olhos mais limpos, seu corpo mais cheio de vida e seu rosto deliberadamente mais feliz envolto por cabelos negros e cacheados, sedosos e revoltos, cabelos que modelam um rosto corado e belo, olhos azuis sem fim que esmagam sem piedade meu coração e um sorriso perfeito que resgata da minha alma cada vez mais a palavra amor, deliciosamente me fascinam e me alegram. Olhar para este novo homem é como olhar para uma nova história, uma nova vontade e uma nova vida. Olhar para este homem é perceber cada vez mais que o amo.

–– Sim, esposo?... –– pergunto, buscando no mais fundo a força de vontade necessária para deixar de admirá-lo tão descaradamente.

–– Acabo de receber algumas cartas. –– ele afirma tranquilo enquanto se aproxima em passos lentos e seguros.

–– E de quem são? –– pergunto curiosa, mesmo tendo em meu íntimo a provável resposta.

–– André e Helena! –– ele afirma ao me entregar os envelopes ainda lacrados. –– Vamos para dentro da casa, assim posso pedir para prepararem um revigorante café e deliciosos biscoitos de amêndoa enquanto seguimos com a leitura. –– acrescenta num conhecedor sorriso.

–– Te amo, Mikhail! –– afirmo ao retribuir o sorriso provocado pelas memórias do nosso primeiro encontro. Jogo sem medo essas palavras que tão graciosamente tendem a sair de meus lábios e que sempre me trazem um nada delicado sorriso. A felicidade.

–– Também te amo, minha doce Alexia. –– diz ao envolver meu corpo lentamente em um apertado abraço, me esquentando a pele e a alma. Me deixando segura.

FIM. 


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