|Cap. 11|

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Depois de um longo tempo junto ao enfermo, sem deixar nenhum de nós, um André que falsamente mantem seu controle por trás de lábios amarrados e expressão trancada e eu, uma perturbada mulher, entrar no amplo quarto do garoto, nos enjoando com a demora que me parece incalculável enquanto meus nervos afloram, a calma senhora sai das pesadas portas com um rosto desanuviado e, naquele curto instante, sei que o pobre rapaz, mesmo com todo aquele susto, passa bem.

–– Senhor, precisamos ter uma conversa a sós.

–– Algo grave? –– André pergunta calmo, mas as linhas ainda fortes que marcam seu atraente rosto me confrontam com o medo e a insegurança.

–– Capitão, acredito que a dama ao seu lado não saiba das verdadeiras condições de seu fiel escudeiro.

–– Não posso mais esconder isso, Sra. Rurson. Então, por favor, nos diga o que acontece com Guez –– pergunta após um segundo de embaraço e indecisão.

–– Se deseja assim, senhor, então direi: A menina está gravida!

–– Como?! Que menina? –– pergunto sem entender completamente o que se passa, mas não conseguindo me segurar ao ver André com suas feições assustadas e seus lábios apertados.

–– Ela... eles estão bem? –– André simplesmente pergunta, ainda em dificuldade para formar as palavras que saem apertadas de seus lábios cheios.

–– Foi o estresse que causou o desmaio. Ela está fraca, mas se recuperará. Deve mantê-la descansada e sem preocupações, e nada de colocar a pobre menina para trabalhar pesadamente como o resto dos homens. Sinceramente, meu Capitão, você deveria se envergonhar! –– A boa senhora termina em um sermão ao jovem pirata.

–– Guez é uma menina? Mas... –– digo em choque ao compreender os fatos.

–– Sim, Alexia! Gaspar é na verdade uma mulher chamada Eleonora. –– ele sussurra.

–– Meu Deus! –– exclamo assustada. –– O primeiro amor de Mikhail?! Mas como?...

–– Eleonora caiu no mar no dia que tentou fugir de Pedro Moskeihev. Eu a salvei da morte naquelas águas profundas e a trouxe para o Caribe para tentar lhe proporcionar uma melhor vida e um melhor futuro quando terminasse de liquidar com aquele maldito.

–– Precisamos chamar Mikhail... –– digo com dificuldade essas palavras que me queimam a alma, pois tenho medo do que o futuro aguarda para esses dois e para o amor ainda guardado que Mikhail carrega pela moça com destino triste.

–– Já havia solicitado a vinda de Mikhail juntamente com o envio de suas cartas. –– André responde sério e sucinto. –– Mas não pense que o fiz para contar a verdade ao meu irmão, isso só acontecerá devido às circunstâncias atuais. –– termina duro.

–– Mas...

–– Eleonora é minha mulher, Alexia, assim como a criança que ela carrega também me pertence. –– diz antes de se encaminhar a porta do quarto da paciente. –– Agora, se me der licença, estou muito desnorteado com o que foi informado pela Sra. Rurson para continuar uma conversa saudável contigo, minha querida cunhada. –– termina antes de desaparecer entre as pesadas portas de madeira maciça.


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