What if...

Fase IV - Capítulo 4 - Desejos de gravidez...

POV Aurora...

Do momento em que Nessie falou que poderia estar grávida até o momento em que entreguei os testes de gravidez para ela eu havia feito de tudo o possível para não deixar transparecer toda a dualidade dos meus sentimentos em relação a tudo aquilo. Se ela estivesse realmente esperando um filho eu ficaria muito feliz. Não pude curtir muito a fase criança de Nessie e seria muito bom poder ter um bebê nos braços. Minha princesa tinha crescido muito rápido e agora poderia estar carregando um novo ser dentro de si e eu estava feliz com a ideia. De verdade. Mas toda essa felicidade era manchada pelo verde da inveja. Eu queria poder ser mãe. Carregar no meu ventre o fruto do meu amor com Damon. Alguém que seria a metade de nós dois. Eu queria alguém com o mesmo sangue que o meu correndo nas veias. Uma família não só por escolha, mas de sangue também. Queria isso como nunca quis nada na minha vida/pós-vida. Me sentia culpada por invejar Nessie. Mais do que me sentia em relação a qualquer outra grávida. Não era justo com elas. Tão pouco era justo comigo. E não é como se eu estivesse sozinha como me senti durante séculos. Eu sei que tenho uma família e que eles me amam tanto quanto eu os amo, mas fazem mais de 350 anos desde a morte do meu último parente de sangue vivo.

O problema de estar dividida por todos esses sentimentos era que a atenção gasta para lidar com eles prejudicava meu controle sobre meus poderes. Por isso, quando senti o vento soprando forte por mim e levantando algumas das toalhas das mesas onde os convidados do casamento sentavam, parei onde estava, fechei os olhos e respirei fundo para focar em algo que independia de sentimentos ou poderes. A última coisa que todos precisavam era que eu perdesse o controle e iniciasse um micro apocalipse durante a recepção de casamento. Foquei em algo que sempre funcionava comigo, na natureza ao meu redor. Geralmente eu usava o som e o balançar das ondas no mar, mas quando estava em terra o jeito era concentrar no vento. Não o provocado por mim, mas o vento que soprava a copa das árvores ao nosso redor. O vento emanado pelo bater das asas dos pássaros que voavam a poucos quilômetros dali. Estava tão concentrada nisso que me assustei quando Maxxie tocou meu braço.

- Até que enfim te achei! Tem quase meia hora que eu estou te procurando!

- Maxxie! Você me assustou. - não pude deixar de dizer.

- Eu te assustei? O que houve?

- Nada. Apenas me diga porque estava me procurando. - preferi não falar sobre meu breve descontrole. Ele já parecia assustado o suficiente.

- É sobre o Miguel. Acho que ele está com problemas. Ele sumiu faz duas semanas.

- Ele sumiu?

- Na verdade fazem uns 4 meses que ele deixou Miami e foi para uma vila no México onde a mãe dele mora. Nesse meio tempo a gente se comunicou apenas por cartas e alguns postais. Mas umas 2 semanas atrás ele me mandou um postal dizendo que precisava de um tempo para refletir sobre o nosso relacionamento. Depois disso ele não entrou mais em contato comigo.

- Maxxie, olha...

- Eu sei o que parece. Mas eu sinto que tem alguma coisa errada.

Parei para pensar um pouco sobre o que ele estava me falando. A verdade era que eu só o estava fazendo agora porque queria me agarrar à qualquer coisa que não envolvesse gravidez.

O fato era que Miguel era importante. O potencial dele era motivo para guerras. Poderes mais fracos que os dele já causaram guerras entre os vampiros. O sumiço poderia ser sim algo maior e mais perigoso do que apenas uma briga entre namorados.

Imediatamente procurei por Damon e o encontrei do outro lado do gramado conversando com Bonnie. Apurei meus ouvidos para ouvir o que falavam

- Você precisa contar pra Aurora. Acho que já está mais do que na hora dela saber o que nós dois estamos tramando por todos esses anos.