Fase III - Capítulo 2 - O casamento... parte 2

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Assim como no casamento de tia Amanda e tio Roh o casamento seria na clareira dos meus pais. E como no casamento deles todos fomos de balão para o local. Era lindo e romântico. Mas era muito lento. Minha ansiedade começou a crescer e percebi que mesmo que tia Rora tivesse copiado os poderes de tio Jazz eles não eram tão potentes quanto o original. Mas tio Jazz tinha ficado encarregado de outras coisas e não tinha como ficar comigo. Lancei um olhar aflito para tia Rora, que estava ao meu lado no balão e ela entendeu imediatamente. Entrelaçou sua mão na minha para fortalecer a influência de humor e enterrar minha ansiedade.

Logo era possível ver a clareira e todos os convidados sentados. Mas meus olhos foram diretamente para onde Jacob estava e meu coração disparou no peito. Ele estava lindo. Estava se mexendo, trocando o peso dos pés, como quando estava ansioso por alguma coisa. Aquilo levou um sorriso aos meus lábios. Ele também sentia o mesmo que eu e mais uma vez nosso sincronismo trouxe paz para meu coração. Como se sentisse que eu me aproximava ele olhou para cima e nossos olhos se encontraram. Soltei a respiração que nem tinha percebido que estava segurando. Mas nossa troca de olhares foi interrompida quando o balão começou a perder altitude, algumas árvores entraram no campo de visão e percebi que tio Jazz havia começado a tocar.

Os outros balões já haviam chegado e por isso os nossos padrinhos já entravam ao som de tio Jazz tocando. Tio Damon estava esperando por nós no chão e ajudou tia Rora a sair do balão. Ela me olhou antes de descer como quem diz "vai ficar tudo bem" e em seguida foi com o marido para a pequena fila de padrinhos que esperava a hora de entrar. Mas não sem antes tio Damon me olhar e dizer que eu estava linda. Sorri para os dois e respirei fundo reunindo forças para me conter durante toda aquela lentidão que parecia ser tradição em casamentos. Por que todos têm que andar tão devagar? Tudo o que eu queria era tocar em Jacob. Entrelaçar minhas mãos nas dele e sentir o cheiro maravilhoso dele.

Ao meu lado meu pai chamou minha atenção limpando a garganta para que eu parasse de tentar enxergar meu noivo de onde estava. Mal tinha percebido que estava fazendo isso também. Sorri meio sem graça pra ele que ofereceu o braço para mim.

- Não precisa ter pressa minha filha. Logo você estará ao lado dele.

- Eu sei pai, mas por quê tudo é tão lento? - reclamei sabendo que estava sendo dramática.

- Acredite em mim, nada disso é lento, as coisas vão passar tão rápidas que quando se der conta será você quem estará casando seu filho ou filha. Apenas curta o momento enquanto ele dura.

Respirei fundo tentando ao máximo deixar que o que meu pai tinha falado realmente entrasse em mim e fizesse morada. Era difícil pensar sobre isso, mas ele estava certo. Comparado com tudo o que ainda tínhamos pela frente isso aqui não era assim tão demorado.

Então a minha música começou a ser tocada e meu pai deu o primeiro passo para me conduzir ao altar. Vi todos se levantarem para ver a minha entrada, vi as pétalas de rosa lavanda que estavam espalhadas pelo caminho que levava ao coreto onde Jacob esperava. E então ele foi tudo o que consegui ver. Seus olhos brilhavam como eu jamais havia visto e neles eu podia ver todo o amor que ele sentia por mim. Vi que não havia nada nesse mundo que pudesse diminuir aquele amor. Que ele me amava além do imprinting. Que independente daquilo ele me amaria da mesma forma. Provavelmente teria levado mais tempo para que essa ligação que nós tínhamos se formasse, mas ela se formaria e eu tinha certeza disso.

Mais rápido do que eu imaginei meu pai consignou minha mão sobre a de meu noivo. E o calor da pele de Jacob me aqueceu mais uma vez. Assim como minhas bochechas se aqueceram quando ele depositou um beijo na mão que acabara de receber.

Vou ser muito sincera e dizer que não lembro muito do que tio Roh falou durante a cerimônia, eu estava muito concentrada em Jacob e ele em mim. Falamos nossos votos com lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios. Nos beijamos por um pouco mais de tempo do que o normal para a situação e logo andávamos sobre as rosas novamente em direção ao balão que nos levaria para o local da festa.

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