O Olho De Dragão III

26 0 0
                                    

Kaleff ficou olhando para o biscoito.

"Pode dar uma mordida. " – disse Araau entregando-o.

Suli observou-o e levou sua mão a boca para segurar os risos.

"Os de bolinhas de chocolate são os melhores. " – disse Araau com a mão estendida olhando para frente. "Ei! Meu biscoito! Você comeu tudo, mano! " – abrindo os braços.

"Gostoso..." – passando a mão na barriga.

"Oh, loco! Era só uma mordida! "

"São os melhores mesmo. " – lambendo os dedos.

Suli caiu na risada.

"Não ri não" – disse Araau de cara fechada.

"Ah, Araau..." – comentou Suli escorando no ombro dele.

"Cuidado homens, pântano a frente. " – Disse um lanceiro.

O grupo foi entrando lentamente. Os cavalos batiam seus cascos sobre as pedras encobertas pela água densa, escura.

"Devagar..." – disse outro soldado olhando para o grupo.

Algumas moitas na margem agitaram-se.

"Você viu? " – indagou um arqueiro.

"É apenas a movimentação dos cavalos sobre a água." – respondeu outro.

"Será? "

"Sim. Agora vamos. " – tocando seu cavalo. " – Vamos, vamos. Não temos muito tempo. " – olhando para o grupo.

O arqueiro não se conformou. Armou seu arco e atirou. A flecha entrou no meio da moita, ocasionando apenas o barulho de algo batendo sobre a água.

Não demorou muito, a água voltou a agitar-se, mas desta vez mais rápida, mais rápida.

Todos ficaram desconfiados.

O arqueiro atirou duas flechas.

"Mas o que pensa que está fazendo? " – questionou o soldado dunsaniano mais à frente de forma ríspida.

Um véu de água escura elevou-se sobre o rio. Uma feroz criatura. Cabeça de serpente e corpo de dragão. Ela olhou para todos e gritou, fazendo os cavalos agitarem-se.

"Eita! Segura a emoção! " – comentou Araau.

Mas seus gritos não duraram muito. Seu pescoço foi cortado pelo lanceiro a frente num rápido giro dos seus punhos.

O pescoço do animal espalhou bastante água ao chocar-se com o pântano. Mas as águas voltaram a se agitar. As ondas ficaram mais fortes. Aquele pescoço começou a elevar-se. Duas cabeças nasceram no lugar onde só existia uma. A Hidra-de-prata. Suas patas bateram, fazendo uma cortina d'água sobre aquele grupo.

"Acho que deu rui" – disse Araau.

As duas cabeças inclinaram seus longos pescoços e soltaram seus gritos.

"Rápido homens! " – esbravejou o lanceiro.

Os cavalos aceleraram seus cascos sobre o leito do pântano, mas aquele animal dificultou a atravessai batendo suas patas sobre a água.

Rapidamente alguns arqueiros entraram em ação atirando suas flechas contra a criatura.

Kaleff desviou de alguns cavalos e foi de encontro com a fera, envolvido ao seu escudo espiritual. Colocando sua mão na cintura, pegou sua zarabatana e atirou um dardo tranquilizante na fera, fazendo suas cabeças perderem velocidade de movimento.

"Bom garoto! " – exclamou Araau.

Aproveitando a oportunidade que Kaleff tinha feito, Araau foi de encontro a monstruosidade subindo em seu corpo pela pata da direita. Segurou bem firme no seu martelo e desferiu golpes contra uma das cabeças.

The GuardiansOnde histórias criam vida. Descubra agora