O Campo Dos Consolados

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Uma vastidão sem fim. A infinidade estava no céu, nas nuvens, na grama... no tempo.

Ypuis chegavam nesta amplidão em grupos, em pares e até mesmo sozinhos. Ninguém fazia qualquer tipo de som. Era proibido. O local exigia o máximo de respeito. Se alguém o fizesse, seria severamente penalizado por isso.

Eles caminhavam lentamente sobre o campo, que batia até a altura dos seus joelhos, e sentavam-se. Respiravam fundo. Olhos fechados. Lágrimas sobre as bochechas.

O silêncio parecia que podia ser tocado, de tão profundo que era. Nem as aves do céu, ou os animais da terra, nas copas das árvores que cercavam este lugar, ousavam fazer qualquer tido de coisa para atrapalhar este momento. Eles sabiam. Era um momento especial. Particular.

Somente o vento tinha autoridade de orquestrar o farfalhar das folhas, o dançar da grama sobre o chão... o carinho sobre a pele.

Todos que colocavam os cascos ali, buscavam afastar os conflitos, impedir os medos... buscavam a tranquilidade sobre os problemas, buscavam a calmaria diante a ansiedade dos dias... mas aquele local fazia muito mais do que isso; confortava todos aqueles que perderam seus entes queridos de forma imposta. Depois que uma grave doença tinha invadido aquelas terras sagradas de maneira devastadora. Misteriosa.

Homens, mulheres, jovens, crianças... pessoas de mais idade... todos levados sem o seu querer, deixando aqueles que ficaram, órfãos de um sorriso, abraço... um ombro amigo para aliviar o peso do mundo.

Portando, o Campo dos Consolados... no meio daquela vastidão, no meio daquelas terras sem fim, no meio daquele infinito... o céu azul e as gramas verdes, abraçavam todos que ali adentravam, trazendo conforto, alívio...paz, para todos os corações tristes, machucados, pesados... sozinhos. 

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