O rei estava sentado no trono dourado. Suas costas descansavam no encosto, no qual, semelhava-se a uma coluna. Olhou para o lado e mandou o servo trazer mais frutas. Olhou para a direita e ordenou para o segundo servo encher sua taça que estava vazia. Em seguida, voltou seus olhos para os conselheiros a sua frente, abaixo de poucos degraus desenhados, lembrando as dunas do infinito deserto entorno das imponentes muralhas.
Alguns homens falavam, outros gesticulavam e outros apenas confirmavam com a cabeça. Suas vozes ecoavam dentro da ampla sala preenchendo cada lacuna, espaço vazio. Porém, seus argumentos, gestos e afirmações, tiveram que mudar de foco. Suas atenções direcionaram-se para a imensa porta, mais precisamente para quem estava nela; Jack, o general.
"Senhores" – disse o rei após sinalizar com sua mão direita.
Todos os membros do conselho retiraram-se da presença do soberano.
Jack colocou-se diante o rei.
"Meu senhor" – cumprimentou-o.
"Então, conseguiu o que lhe pedi? " – questionou o rei.
"Sim, meu rei" – afirmou o general.
Jack, então, falou tudo o que o rei tinha pedido a ele. Relatou todos os detalhes questionados pelo rei.
"Bom. Muito bom" – gostou o rei. "O nome" – pediu.
"Nilla" – meu rei.
O rei inclinou-se sobre o trono.
"Nilla Ayalla" – continuou o general.
"Nilla Ayalla" – repetiu o rei a pronuncia do nome em seus lábios e sorriu.
~~
As mesas espalhavam-se para todos os lados do largo pátio. Comida, vinho e muitas frutas. Servos com bandejas nas mãos andavam de um lado para o outro. Crianças brincavam, corriam pelo pátio. O rei diante a uma larga mesa, apresentava-se sentado ao centro dela. Suas concubinas apreciavam a comida em uma mesa a parte. A música conduzia a festa em comemoração ao dia do seu nascimento. Todos comiam, todos bebiam, todos alegravam-se. Entretanto, tudo perdeu o sentido, quando do meio da multidão um homem surgiu e foi direto ao rei com uma lâmina nas mãos.
O homem pulou sobre o rei. Numa clara tentativa de defender-se, o rei colocou as mãos a frente. Mas quando abriu os olhos, não havia mais ninguém diante dele. Seu agressor estava do outro lado da mesa com um outro homem sobre ele. O desconhecido saiu de sobre o agressor. Ele não se mexia. Estava morto.
O rei, então, agradeceu o desconhecido imensamente.
~~
Sobre o trono, o rei sinalizou. A grandiosa porta moveu-se. Chamou com sua mão direita e diante do soberano o desconhecido apresentou-se. Mais uma vez a autoridade máxima de Ahnatnom agradeceu aquele homem. Concedeu-lhe morada dentro do palácio e um importante cargo: o mais novo membro da Guarda-real. O homem mais uma vez agradeceu dizendo que não precisava disso, mas o rei insistiu.
"Muito obrigado. Não vamos decepcionar sua majestade"
"Não vamos? " – questionou o rei sem entender.
"Sim" – afirmou o homem. "Eu e minha esposa"
"Mande ela entrar! " – pediu o rei.
"Desculpa, soberano. Mas ela não está aqui. Ela está em casa"
"Mandarei busca-la, então" – disse o rei. "Quero dar a notícia eu mesmo para ela"
"Ela não é muito de sair, meu senhor"
"Está negando o meu pedido? "
"Não! Não é isso"
"Acho bom. Vá buscar a mulher dele, é uma ordem"
Um dos guardas saiu.
O silêncio pairou sobre o rei ao trono bebendo do seu vinho e sobre aquele homem de olhos fixos ao chão.
Tempo depois, toda a quietude que inundava a Casa-Real, foi rasgada pela larga porta. O servo colocou-se diante o rei.
"Meu rei" – disse o servo. "Ela está aqui"
"O que está esperando? " – disse o rei sério para seu serviçal.
A mulher, então, apareceu. Caminhou lentamente e posicionou-se ao lado do marido. Suas vestes lilases cobria todo o seu corpo. Cabelos negros, ondulados.
Os olhos do rei fixaram-se nela. A taça de vinho deixou ao lado do trono.
"Eis-me aqui, meu senhor" – reverenciou-se.
"Você" – disse o rei em sussurro.
"Eu me chamo Nilla" – disse ela. "Nilla Ayalla" – levantou seus olhos castanhos para ele.
Aquela a quem o rei tinha se encantado, já pertencia a outro.
~~
Era um dia muito especial. A arena estava lotada. Gritos e aplausos espalhavam-se por todos os lados. Todos lá embaixo lutavam entre si em busca da liberdade. Contudo, tal comemoração não durou por muito tempo. Um grupo começou a não seguir o que deveria ser feito: Lutarem. Fugiram da arena. As vaias encheram o local. O rei ficou furioso e mandou ir atrás deles. Porém, chamou por seu general.
"Sabe o que fazer" – disse o rei.
"Sim, meu senhor" – confirmou Jack.
~~
Tempo depois, Jack apareceu diante sua majestade e passou-lhe o relatório da situação.
"Conseguimos prender a filha de Epheus, meu rei" – disse o general. "Mas infelizmente, alguns conseguiram escapar" – finalizou Jack.
"Mas, e então? "
"Teve um confronto com os prisioneiros" – argumentou. "Coloquei na linha de frente como o senhor ordenou"
"E...."
"Está feito, meu rei"
"Ótimo" – bebeu do seu vinho.
~~
Nilla abriu a porta do seu aposento. Um servo estava diante dela. Segundos depois, ela deixou a presença do serviçal. Jogou-se sobre a cama e chorou. Chorou abraçada ao travesseiro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Guardians
FantasyO universo de "The Guardians" é repleto de fantasia, no qual, encontra-se bondade, maldade, companheirismo, individualismo. Por ironia, sorte ou azar, eles foram selecionados minuciosamente com habilidades distintas pelo destino. Explore esse unive...