Gallyty avançou sobre as árvores. Saltou dois, três galhos aqui. Mais dois, três galhos ali. Mesmo pequena, Suli conseguiu acompanhar o ritmo da amiga.
A arqueira parou alguns metros da Vila e de acordo com o caminho que Suli tinha contado, avaliou a melhor direção seguir, e assim, continuou.
Dois Caçadores abatidos.
O caminho ficou livre. Passou entre algumas construções, e algumas pontes. Mais caçadores. Demorou um pouco mais do que o esperado, mas deu certo. A passagem ficou livre novamente.
Depois de uns cem passos, chegou a uma longa ponte, estreita, ligada o seu final a uma grandiosa árvore, rente a um desfiladeiro. Dentro de sua extensa copa, uma construção retangular, completamente de madeira, voltada para a face do abismo.
O confronto sobre a ponte foi acirrado, mas a arqueira e sua amiga conseguiram sair vitoriosas.
Ao chegarem a base final da ponte, sobre um piso de madeira, Gallyty acariciou seu felino atrás de suas orelhas.
"Bom garoto"
Seu animal tinha dado a volta, orientado por ela, e pegado os outros caçadores de surpresa, derrubando-os.
Entraram na prisão. Gallyty piscou seus olhos, deixando-os esverdeados e foram diretamente para onde sua mãe estava presa, mas quando viraram no corredor ali próximo, Suli acabou sendo atingida por uma flecha em seu ombro, vinda do vigilante da prisão. A Caçadora foi rapidamente socorrer sua amiga. Quando direcionou seus olhos para o vigilante, o homem desmoronou-se em sua frente, deixando em seu lugar Coldy.
Rapidamente o Rebelde aproximou-se delas.
"Não se preocupem, vamos tira-las daqui"
"Hã? " - a arqueira não entendeu.
"Onde ela está? - perguntou o Rebelde.
" O que? " – questionou a Caçadora.
"Sua mãe"
"Ela...Está lá" – apontou Gallyty.
Coldy, então, foi onde a arqueira tinha apontado. Laie estava muito ferida, não conseguia ficar de pé. Assim, o Rebelde colocou-a sobre o ombro e tirou-a de lá.
Caminharam por alguns metros, mas tiveram que parar, devido aos sons de passos acelerados e palavras de ordens. Encostaram em uma das paredes. Coldy deixou Laie aos cuidados de sua filha.
"O que pensa que está fazendo? " – questionou a arqueira nervosa.
"Estou abrindo caminho" – afirmou o Rebelde depois de tirar sua besta das costas e girar o armazenamento cilíndrico de flechas abaixo de sua arma.
"Eu consigo! " – disse ela firme para ele.
Coldy saiu sem prestar atenção nela, e como uma metralhadora, uma torrente de flechas foram disparadas abrindo passagem.
~~
Laie foi salva e deixada em segurança para se recuperar. Todos os membros do acampamento que estavam em Mar-verde vieram para a Vila-suspensa e fizeram morada. E Claro, juntamente com os outros membros da Vila, aprenderam seus costumes, tradições...Cultura. Assim, tornaram-se Caçadores também.
A normalidade voltou novamente. Jovens treinando, crianças brincando...Mas a relação do Rebelde com a Caçadora não estava indo muito bem. Conviviam juntos, mas parecia que só ele dava o passo em direção a ela, e ele não via o retorno dela em relação a isso.
Então, Coldy decidiu se afastar sobre uma grandiosa árvore fincada sobre uma cachoeira. Gallyty percebendo o comportamento estranho dele, foi atrás.
"Está se escondendo de novo? "
"Hum? " – sentado sobre um galho sem olhar para ela.
"Por que está me evitando? " – perguntou dando alguns passos na direção dele.
"Não estou"
"Está sim. Aconteceu alguma coisa? "
O Rebelde respirou fundo com os olhos no horizonte.
"Pode falar" – pediu a arqueira.
"A gente já falou sobre isso, mas... O que aconteceu com sua mãe... Eu... Acabei ouvindo, então achei que precisava de ajuda.
"Coldy, eu..."
"Quando defendemos a Vila, e percebo que você vai fazer algo arriscado, eu saio da minha posição para te proteger... E não é só isso... E em muitos outros momentos eu sempre tomo a iniciativa"
"Então é isso? - perguntou a arqueira. "Por isso que está se afastando de mim? Acha que não percebo? – parou de ir até ele.
"É o que está parecendo" – ele ainda sentado.
"Então acha que não vejo o que faz? " – ela gesticulou com os braços.
"Sim" – afirmou.
"Idiota..." – falou em sussurro de cabeça baixa sob o capuz.
"Por isso que pra mim não dá mais" – levantou-se e ficou de frente para ela.
"Eu vejo tudo que você faz em relação a mim" – disse ela. "Eu percebo tudo isso. Eu posso ser assim fechada, não demonstrar meus sentimentos, mas sinto. Eu sinto tudo. " – as lágrimas começaram a escorrer em suas bochechas.
"Gallyty, eu..." – correu em sua direção.
"Então não se esconde" – limpou os olhos com a mão direita.
"Desculpa" – pegando em sua mão.
"Eu não preciso de proteção. Só quero que fique do meu lado"
"Tudo bem" – acalmou-a.
"Eu sou assim... É tanta coisa na cabeça..." – A arqueira chorou sobre seu peito.
"Desculpa" – beijou sua testa.
Ela abraçou ele ainda mais forte.
O Rebelde continuou com ela dentro dos seus braços, e o sol na linha do horizonte os envolveu com toda a sua luz.
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The Guardians
FantasyO universo de "The Guardians" é repleto de fantasia, no qual, encontra-se bondade, maldade, companheirismo, individualismo. Por ironia, sorte ou azar, eles foram selecionados minuciosamente com habilidades distintas pelo destino. Explore esse unive...