O Espantalho

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Ao Leste de Mar-verde, um grupo de jovens do povoado de Erob, perambulava pelas ruas simples de terra batida e casas de pedras depois de terem saído de uma taverna qualquer. Mesmo direcionando os passos entre as esquinas, sabiam onde queriam chegar. A casa do Sr. Dillon; um homem segundo a população de Erob, estranho, dedicando-se todo o tempo para sua plantação de milho ao fundo de sua residência simples, de madeira. Um homem misterioso, igual a deformidade trazida em seu rosto que ninguém sabia como surgira. Os antigos diziam que ele sempre esteve naquela casa afastada do povoado. Um lugar aterrorizante.

As crianças malcriadas, desobediente a seus pais e aos anciões do povoado, são castigadas com histórias assustadoras sobre ele.

Chegando a residência do Sr.Dillon, encontraram-no com seu lampião pendurado no velho cajado na mão esquerda olhando seu campo.

Os jovens jogaram-no ao chão com chutes e socos.

"Não! Por favor, parem! " – disse o Sr.Dillon.

"Por que continua indo ao povoado? Você assusta as pessoas" – disse um jovem cuspindo sobre ele. "Aberração"

"Por favor..." – disse o Sr.Dillon gemendo ao chão.

"Nunca mais volte lá! " – disse outro chutando o senhor.

"Para! Para! Por favor..." – disse o Sr.Dillon encolhendo-se de modo fetal ao chão.

Colocaram um saco de grãos envolvido ao seu rosto, só um buraco existia para o olho direito.

"É isso que você merece por ficar aterrorizando as pessoas. " – afirmou um garoto dando um soco no rosto do senhor. "Ninguém precisará olhar para isso. "

"Aí galera! Parem com isso! Vamos ajudar o Sr.Dillon com os cuidados da plantação dele." – argumentou um garoto de cabelos curtos a frente do grupo, sorrindo logo em seguida.

Encheram-no de palhas e gravetos. Penduraram-no em um tronco a frente de sua plantação. Colocaram um chapéu em sua cabeça e o cobriram de chutes e socos novamente.

"Assim está bem melhor. " – disse um jovem cruzando os braços. "Você com sua plantação e nós em paz.

"Ei! Sr.Dillon, acho que os milhos estão prontos." – alertou um jovem com mais três garotos armados de longas tesouras de jardinagem e facões. "Está na hora da colheita. " – gargalharam todos.

Atearam fogo logo em seguida. As chamas arderam diante o olhar fraco daquele pobre homem.

Semanas passaram-se. O Sr.Dillon nunca mais foi visto em Erob, que sempre excluía-o, menosprezando-o em todos os sentidos, criando histórias sobre ele no meio do povo e principalmente para as crianças, assustando-as. Entretanto, sítios vizinhos até então cheios de camponeses, tornaram-se vazios e grasnar de corvos nunca antes ouvidos, começaram a  e coar em meio as plantações.  

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