Um Exército, Dois Líderes

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O cerco estava armado em Lahoj, Portão-leste-de-Dunsan. Cavalos e soldados de armaduras negras esforçavam-se em invadir a cidade sobre as ordens de Bert. Nidon queria expandir ainda mais seu território, crescer mais seu poder. Mas, diante deles estavam os Royal de Dunsan, os primeiros na linha de frente, liderando os outros soldados na luta em defesa daquele lugar.

Trajado com sua armadura branca e com o manto azul escorrido em suas costas, Saikon fazia de tudo juntamente com o exército dunsaniano para reestabelecer a ordem novamente.

Depois de ter atingido a idade adequada para assumir o posto do seu pai, obteve essa patente, a mais alta, de prestígio, tornar-se um Royal de Dunsan.

O som cintilante das espadas e relinchos dos cavalos ecoavam. Armaduras brancas e armaduras negras convergiam-se. Nenhum lado demonstrava sinal de fraqueza, mesmo sentindo o peso do confronto. Ambos colocavam seus ideais acima de qualquer coisa que viessem interferir em suas ações.

Vendo a balança pender para o lado que não os favorecia, Bryan chamou alguns homens para deixarem o campo de batalha, Saikon permaneceu firme e forte na linha de frente rodando sua espada e soltando seu peso sobre os corpos dos inimigos.

Por entre as árvores, Bryan deu ordens aos soldados para atacarem, e assim o fizeram. Pegaram o exército nidoniano por outra rota, derrubando-os, fazendo o peso das espadas de Dunsan pesarem sobre eles.

Ataque dos dois lados. Nidon até que tentava resistir, mas o número de soldados diminuía a cada avanço das tropas dunsanianas.

Não demorou muito para apenas um exército permanecer de pé. As espadas de Dunsan ficaram erguidas, sinal claro de imponência, soberania sobre o inimigo.

A festa depois do combate estendeu-se por longas horas naquela noite. A praça central da capital de Dunsan ficou repleta de gente. Pratos fartos e canecas transbordantes de cerveja. Altas risadas e muita música. Entretanto, as histórias de batalhas não condiziam com os verdadeiros fatos. Na boca dos soldados, Saikon era o mais exaltado, ganhando até mesmo um título: a Espada de Dunsan, ao contrário do seu irmão, Bryan, que ainda sendo lembrado, não tinha o mesmo prestígio. Treinavam juntos, batalhavam juntos, mas não importavam as vitórias, o irmão mais velho era sempre ovacionado e o mais novo deixado de lado.

Bryan interferiu nas histórias e sobre os cânticos relacionados ao seu irmão, batendo de frente, querendo ser reconhecido também. Os soldados percebendo mais uma vez o conflito de poderes, os afastaram.

Tal situação chegou aos ouvidos de Vanrror, o Major-dos-Royal, que claramente repudiou o comportamento de ambos, mas sendo mais incisivo para o lado do irmão mais novo. Vanrror sabia da situação que estavam passando.

"Mais uma vez a mesma história. " - disse Vanrror de costas para o soldado que trouxera o acontecimento para ele.

"Senhor, se me permite..."

"Sim..."

"Com todo respeito ao senhor, mas... uma disciplina mais severa deveria ser aplicada sobre eles. "

"Estou ciente do comportamento de ambos. "

"Falo isso, senhor, porque se haver uma fissura no meio de nós, será mais difícil mantermos firmes diante uma batalha."

"Acreditei que não chegaríamos a esse ponto. " - virando-se. "Um exército, dois líderes. "

Mesmo o reinado saindo vitorioso em vários conflitos por conta da forte herança militar estabelecida em sua base, a maior batalha que Dunsan enfrentava era com ela mesma.

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