As rodas da carroça rolavam sobre a estrada de terra, puxada por dois cavalos robustos à frente. Cavaleiros da grande capital Dunsan. Os Royal, assim como eram conhecidos. Ao entorno conduziam-na com segurança."Olha lá." - disse Araau apontando para as nuvens enquanto comia seu biscoito.
"Tomara que não seja tarde de mais." - disse Suli olhando para o céu.
"Caramba..." - disse Araau vendo a movimentação rápida das nuvens.
"Temos que devolver o Olho de dragão logo. Mercenários podem querer pega-lo de volta." - disse Suli
"Ah, eles já apanharam de gente, podemos bater na bunda deles de novo." - disse Araau chutando o ar.
"HÁ Há!" - Suli sorriu. "Só você mesmo pra fazer piada uma hora dessas."
"ah, mais é verdade."
Um tremor. Todos se assustaram.
"Mas o que acontece mesmo se não der?" - Colocando mais um biscoito na boca e de olhar apreensivo.
"Raio-azul acordará e irá atrás de quem pegou seu artefato."
"Então por que não deixar os mercenários pegarem?"
"Porque ele destruirá tudo que estiver em seu caminho." - respondeu Suli. "Não podemos deixar que chegue a esse ponto."
Outro tremor...
"Então vamos." - disse Araau dando uma mordida em seu biscoito.
As horas se passaram sobre a estrada.
Arqueiros avançaram para verificação do caminho.
A carroça seguiu, mas nada dos arqueiros retornarem. Lanceiros foram atrás deles. O clima de tensão pairava no ar. Mas nada de retornarem. Dessa vez uma tropa maior avançou.
"O que será que está havendo." - questionou Suli.
O silencio a cercava.
"Será que... Araau?" - disse ela procurando pelo amigo. "Araau? Araau!" - seus olhos avistaram farelos de biscoitos indo na direção dos cavalos. "Ah, esse menino..." - disse Suli correndo atrás dele.
Alguns minutos depois, Suli foi surpreendida por um cavalo arremessado contra uma árvore. Chegando mais próxima ao local, pode observar que os soldados lutavam contra um monstro colossal. O javali-de-armadura.
"Pega alguém do seu tamanho, coisa feia!" - gritou Araau lançando seu escudo na cara da fera. "Ah, Suli! Oiii!" - acenando.
"Araau, cuidado!" - gritou ela.
"Relaxa... Está tudo sob..." - suas palavras foram interrompidas pelo impacto que aquelas enormes presas fizeram sobre ele, jogando-o contra uma árvore.
"Aaa!" - gritou ele.
Suli aproximou-se dele rapidamente.
"Quebrou! Quebrou! Quebrou!" - disse Araau caído.
"Onde? Fala! Fala!" - questionou Suli ajoelhando-se ao lado dele.
"Meus biscoitos! Olha só, quebrou tudo!" - mostrando-os em suas mãos.
"Ah, Araau... Sem brincadeira, isso é sério!" - dando um tapa no ombro dele.
"Mas é sério mesmo! Tudo quebrado." - os farelos escorriam dos seus dedos.
Os soldados ainda lutavam contra a monstruosidade. As flechas batiam e caiam. As lanças e espadas não causavam nenhum arranham.
Suli avistou os arqueiros que tinham ido primeiro. Eles estavam feridos em meio aos arbustos. Ela rapidamente ligou sua aura esverdeada sobre eles, sobre cada um deles. Quando os ajudava a se levantarem, foram surpreendidos por um menino que saía de trás dos arbustos com um estilingue nas mãos, uma zarabatana, descalço, sem camisa, usando apenas um tecido de couro como vestimenta na altura de sua cintura.
Levantando-se e pegando no seu imenso martelo, Araau também o avistara.
O javali jogara mais homens para longe.
De pés ligeiros, o menino corria em volta do grandioso animal atirando suas pedras.
Araau foi pra cima do javali.
"Não devia ter quebrado meus biscoitos de bolinhas de chocolate!" - disse ele gritando.
O menino atirava suas pedras de um lado para o outro do animal, principalmente na cabeça, mas que em vez de causar dano significativo, parecia deixa-lo ainda mais furioso.
Levando a mão no saquinho amarrado ao seu corpo para pegar mais pedras e atirar, o javali aproveitou essa oportunidade para soltar a sua investida. Acelerou seus cascos pelo chão e foi pra cima do garoto.
Araau soltou um golpe na horizontal, mas sem sucesso.
"Não foge, não."
Num rápido movimento de mão, o menino tocou no colar que carregava em seu pescoço, no qual, exibia-se a face de um urso esculpida em madeira. Instantaneamente seu corpo foi cercado por quatro faces de ursos que se movimentaram no sentido horário entorno dele.
O javali-de-armadura chocou-se brutalmente contra uma das faces. O impacto no escudo do menino nem o fizera sair do lugar. Rapidamente ele atirou com seu estilingue sobre o animal. A pedra bateu tão forte na testa no javali, que o fez girar no ar. Sucessivamente pegou sua zarabatana, colocou-a na boca e assoprou. O dardo tranquilizante envolvido a plumagens furou o peito do javali, adormecendo-o.
Araau pulou e soltou o peso do martelo sobre o animal ainda no ar. O javali bateu fortemente no chão, ocasionado inúmeras fissuras.
"isso é pra você aprender." - chutando a cabeça dele.
"Obrigado"
"Valeu." - disse Araau apontando para a zarabatana.
O menino sorriu.
"Está tudo bem?" - questionou Suli aproximando-se deles.
"Sim."
"Está tudo bem." - disse o menino. "Eu já vinha perseguindo ele."
"Mesmo assim, muito obrigado." - disse Suli. "Temos que voltar, Araau. Não podemos perder tempo"
"Sim."
"Vem com a gente?" - questionou ela sinalizando com a mão.
"Eu?"
"Sim, claro que é você." - disse Araau. "Quem mais está usando tanga?"
"Você será de grande ajuda." - disse Suli olhando sério para o amigo.
"Ah..."
"Ah, vamos! Quanto mais melhor." - disse Araau.
"Os soldados..."
"Você está com a gente." - disse ele empurrando o menino.
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The Guardians
FantasyO universo de "The Guardians" é repleto de fantasia, no qual, encontra-se bondade, maldade, companheirismo, individualismo. Por ironia, sorte ou azar, eles foram selecionados minuciosamente com habilidades distintas pelo destino. Explore esse unive...