Em um determinado ponto de Mar-verde, dois Salgueiros, um ao lado do outro com seus ramos, quase a tocarem o chão, guardavam a passagem para um outro mundo, um mundo invisível aos olhos humanos. Entretanto, tal mundo já era conhecido. Infelizmente.
"Vamos" – ordenou Velfhus montado a frente.
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Pequenos ypuizinhos corriam de um lado para o outro. Inocentes crianças que só pensavam em brincadeiras. Mas esse alegre momento teve que ficar para depois. Um jovem Ypui veio trotando para o interior da aldeia, todo machucado.
Rapidamente, levaram-no para Efil. Quando ficou diante do ancião, desmoronou-se sobre seus cascos.
"Estão aqui" – tossiu nos braços de Efil dentro da Okío.
"Quem está aqui? " – questionou o ancião.
O jovem estava muito fraco, ferido. Segurou mais firme nos braços do senhor.
"Nidon..." – tossiu um pouco mais de sangue. "Nidon está aqui" – e silenciou-se no colo de Efil no meio da Okío.
"Golanor" – chamou Efil ajoelhado com seus olhos sobre o ombro esquerdo.
"Sim, meu senhor! " – o Comandante dos Cascos Trovejantes entendeu o recado e saiu.
O tempo mudou drasticamente. O que antes era céu azul, agora o cinza pincelava toda a região. Raios rasgavam as nuvens e os trovões reverberavam sobre toda a terra.
No horizonte, do alto da colina, figuras negras começaram a emergir e a cobrir toda a amplidão. A frente, destacando-se e mostrando todo seu poder, Velfhus, o Líder dos Escarlate, montado em seu Leão-de-basalto, pelagem totalmente negra. Da sua boca saia fumaça e lava escorria dos seus dentes, semelhante a um vulcão. Do seu lado direito, Kassia, de espada desembainhada e escudo. Do lado esquerdo, Keyla, de lança na mão e asas Vermelho-vinho e do lado dela, uma figura também imponente, Emom, de lança e escudo, semelhante a uma torre, devido ao destaque de sua altura. E claro, todo o exército atrás. Por fim, o leão rugiu.
A frente da aldeia, Golanor estava ao lado de Munabi, e do lado dela Thiisa e Aruna.
"Guerreiros! " – gritou o Comandante dos Cascos Trovejantes. "Vamos faze-los temerem o som do trovão! "
"HAAA! " – gritaram com suas armas erguidas.
Assim, galoparam rumo a colina.
Velfhus apontou com seu mangual e os soldados nidonianos desceram.
Espadas, escudos, lanças...chocaram-se. Semelhantemente a chuva que caia sobre eles, não apagando as faíscas que nasciam entre os corpos na disputa pelo espaço.
Segundos depois, Velfhus, Kassia, Keyla e Emom, juntaram-se a batalha.
A cada raio que dava, a terra se abalava.
Golanor derrubou um à sua direita e outro a esquerda com seus machados-gêmeos. Velfhus soltou o peso do seu mangual no inimigo a sua frente. Em outro ponto, Munabi chutou um soldado com os seus cascos bem no meio do peito, mandando-o para longe. Aruna derrubou dois com suas flechas. Keyla do lado oposto, deitou três Ypuis com sua lança. Um pouco mais atrás, Emom derrubou dois, três, quatro...
"Eu fico de pé..." – falou a Torre Indestrutível, depois de enfiar sua lança nas costelas do quinto guerreiro Ypui, derrubando-o. "E você...cai" – completou.
Mais e mais tinir de lâminas. Faíscas por todos os lados. Chuva. Raios. Trovões. A pena que Keyla deixou na posse de um soldado, estava fazendo efeito. Muitos homens, mesmo mortos, voltavam a vida.
Efil, com o seu fator de cura, conseguia recuperar alguns, mas muitos não tinham a mesma sorte.
Percebendo que a situação não estava melhorando, Thiisa decidiu fazer alguma coisa. Afastou-se do campo de batalha.
Depois de derrubar mais um guerreiro a sua frente, Velfhus deu ordem ao seu animal.
"Agora! "
O Leão-de-basalto abriu a boca e soltou uma baforada de fogo, semelhante a um dragão, queimando todos em seu caminho. Do seu lado, Keyla incendiou-se por inteira, como se fosse mil fornalhas acesas. Com sua velocidade de movimento aumentada, ninguém que a confrontava ficava de pé.
Em outra parte da batalha, quatro soldados rodeavam Kassia, confrontando qualquer um que viesse enfrenta-la. Então, ela levou sua mão as costas e desembainhou uma longa espada, totalmente negra. Segurou-a e fincou-a no chão. Nesse momento, a Dama da Guerra fez uma outra chuva cair no lugar.
Espadas semelhantes aquela que segurava, rasgaram o céu e despencaram sobre todo o campo de batalha. Um caminho de destruição espalhou-se, assim como os vários Ypuis espalhados pelo chão.
De repente, uma forte luz iluminou o céu. E de dentro da intensa luz dourada, um par de asas batia entre as nuvens. Em seguida, uma rajada de forte brilho desceu do céu, fazendo os vários soldados cobrirem seus rostos, devido a luminosidade. E de dentro daquela projeção luminosa, uma silhueta com asas. Era Cecília.
A Herdeira de Aiprah estava ao lado de Thiisa, a Protetora da Floresta, juntamente com Golanor, Munabi, Efil, Aruna e todos os guerreiros Ypuis, de pé. Vivos.
Cecília com sua lança em punho levantou a cabeça e olhou para o exército nidoniano.
"Sob minhas asas, ninguém morrerá"
Assim, os Cascos Trovejantes confrontaram novamente o brutal exército nidoniano, pisoteando cada um, não dando tempo de respirarem. Fazendo-os voltarem de onde vieram.
A chuva parou.
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The Guardians
FantasyO universo de "The Guardians" é repleto de fantasia, no qual, encontra-se bondade, maldade, companheirismo, individualismo. Por ironia, sorte ou azar, eles foram selecionados minuciosamente com habilidades distintas pelo destino. Explore esse unive...