Assassino

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Na tribo Nyae rodeada de pinheiros e montanhas, Arithria brindava com seu povo por mais uma caçada bem-sucedida trazida por ela. A longa mesa de madeira sustentava os pratos fartos e as canecas transbordante de cerveja. Sob inúmeras vozes exaltadas, lareiras estalavam as madeiras aquecendo o ambiente.

Arithria estava com sua arma de Gelo-puro; um machado, no qual, o fio de sua lâmina era revestido de gelo, acompanhado de um bloco maciço de gelo também, lembrando um martelo, juntos presos a uma base metálica e amarrada a inúmeras tranças, caça nenhuma conseguia sair viva dela. Suas habilidades, feitos eram exaltados e espalhados por toda a tribo. Os desafios moviam-na.

Aprendera muito cedo a sobreviver sobre as terras brancas de Hurander. Nunca vira a mãe e o pai nunca conhecera, se não fosse por esse povo dar-lhe abrigo, não saberia o que fazer, talvez nem estaria erguendo canecas de cerveja. Mas nem tudo é tão aquecedor assim, seus companheiros, irmãos estavam sentindo-se ameaçados por ela.

Armaram pra Arithria trazer uma criatura muito rara, o Preza-de-gelo; um grande animal de pelagem marrom, patas arredondadas, orelhas grandes e arredondadas, nariz semelhante a uma cobra e prezas que chegam a cinco metros de comprimento, inteiramente de Gelo-puro. 

Mas quando ela afundou-se ainda mais no interior da floresta, sobre o terreno irregular atrás da criatura, foi surpreendida por uma alcateia de fantasmas; lobos brancos, da altura de uma pessoa adulta. Um deles prestava atenção em Arithria soltando uma leve fumaça de seus olhos azuis, diferenciando dos outros de olhares prateados, destacando assim, quem era o líder do grupo. 

Em Nyae o nome de Arithria circulava por sobre lamentos, mas logo foi ficando no esquecimento.

As semanas tornaram-se meses e algo iniciou, guerreiros das tribos começaram a desaparecer nas florestas, ao pé das montanhas. Nas várias rodas em volta das fogueiras, falavam-se de um assassino brutal e sanguinário.

Propostas de recompensa começaram a surgir por sobre as tribos.

Pinheiros viam guerreiros aventurando-se sob seus galhos, ao pé das montanhas ou sobre as colinas geladas, mas somente o uivar dos ventos saiam das florestas, dos picos gelados ou por entre as paredes dos desfiladeiros. 

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