Protegendo A Floresta

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Tremores, sim. Tremores. Os cascos de Thiisa sentiram os tremores. Suas orelhas pontudas balançaram. Ela envolveu sua mão a lança e foi averiguar o que estava acontecendo.

Seus longos cabelos pretos moviam-se à passadas ligeiras. Por ter a metade do corpo de um animal, seu caminhar era ágil.

Quando o som ficou mais alto e definido, os ruídos viraram vozes. Thiisa escondeu-se por trás de alguns arbustos. Limpou um pouco sua visão, tirando algumas folhas de sua face. Seu olhar percorreu todo o local.

Vários soldados armados, inúmeras tendas erguidas e grandiosas maquinas. Uma de longos dentes de ferro e outra de mesmo tamanho rolando suas rodas para trás, puxando uma enorme corrente.

Thiisa fixou ainda mais seu olhar.

A grossa corrente foi se esticando, esticando, até que ficou como a linha do horizonte. A maquina roncou ainda mais forte, mas logo foi abafada por estalos, estalos e mais estalos. A árvore puxada estava caindo.

"Vamos logo com isso, quero chegar mais cedo em casa." – disse um homem.

Thiisa não se conteve e o ódio consumiu todo o seu corpo. Rapidamente ela deu a volta no acampamento e foi em direção daquela grandiosa maquina.

Com um só golpe de sua arma, Thiisa conseguiu quebrar a corrente.

"Ah, esses animais! Peguem ela!" – disse aquele que estava dentro da cabine.

O acampamento virou uma guerra. Ela lutou sem ter medo das consequências.

As espadas soltavam um som estridente quando tocavam a lamina da lança de Thiisa, mas ela conseguia manter-se firme apesar de levar vários golpes.

Outro grupo de soldados foi em sua direção, mas com suas pernas de animal e cascos ligeiros, ela conseguiu desvencilhar-se dos ataques.

Thiisa ganhou vantagem no terreno e não pensou duas vezes. Com um movimento do seu braço esquerdo, ramos de espinhos saíram do chão e avançaram até seus inimigos, prendendo-os e derrotando-os. Mas ainda assim, não foi o suficiente, por isso, ela acelerou seus passos para dentro da floresta, fazendo os soldados a perseguirem.

Chegando a um descampado, Thiisa olhou para trás e esperou pela tropa que não demorou muito para chegar àquele local.

De um lado, um grupo de soldados e do outro, uma protetora.

Os soldados firmaram em suas espadas, Thiisa em sua lança.

"Não adianta insistir, essa terra será nossa! Será de Nidon! Será do Rei Bert!" – disse aquele que estava à frente do grupo.

Thiisa não disse nada, apenas abriu sua mão esquerda e não saiu do lugar. Essa foi à motivação para trazê-los até ela.

"HAAA!"- Gritaram os soldados avançando.

Quando chegaram a certa distancia, Thiisa mexeu seu braço em um movimento ascendente, como se estivesse escavando o ar. Em uma fração de segundos, inúmeros ramos espinhosos nasceram no meio dos soldados Nidonianos. Aqueles homens lutaram para escapar dos doloridos espinhos, mas suas forças fraquejaram e seus gritos foram silenciados pela grandiosa flor.

Depois de um tempo, os ramos retornaram para as profundezas, deixando apenas os corpos na superfície.

Concentrando toda a essência da natureza em volta do seu corpo, Thiisa curou-se dos seus ferimentos.

A batalha cessara, mas sabia que a guerra não tinha chegado ao fim. 

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