O local tinha a sua idade amostra, uma idade bem avançada. Localizava-se ao norte de Hurander. A madeira envelhecida revestia todo o ambiente. Mesas e cadeiras espalhavam-se sobre o recinto. Pessoas jogando, bebendo, caindo... Uma visão relativamente comum para Frida, sentada ao fundo, isolada. Cabelos castanhos jogados para o lado direito e trançados ao lado esquerdo, olhos castanho escuro, peitoral de couro com pelos em seu contorno, braceletes dourados nos pulsos, uma espada na cintura, calça escura de couro, um grosso cinto com uma cabeça de touro em bronze no centro prendendo uma segunda camada de couro com pelos por sobre a calça indo até os joelhos, uma grossa camada de pelos cobrindo as canelas e sapatos de couro. Encostado na parede, bem maior que ela, um pedaço de madeira retangular, todo contornado a ferro e bem no seu centro, sem timidez, uma enorme cabeça de touro, também de bronze, mostrava-se toda imponente sobre aquela superfície.
"O que uma dama faz aqui e ainda sozinha?" - disse um homem de cabelos longos, forte, camisa leve e calça, portando uma espada e um machado na cintura.
Com os cotovelos sobre a mesa e os dedos entrelaçados perante sua face, Frida não disse nada.
"Posso lhe pagar uma bebida?" - Sentando ao lado dela.
Ela continuava em silêncio...
"Ah, para com isso... Eu insisto." - Levantando a mão.
Um velho gordo de barba longa e trançada, com um pedaço de pano em seu ombro, saiu de traz de um estreito balcão de madeira, trazendo com sigo um grande copo de cerveja, colocando-o assim em cima da mesa.
"Obrigado." - disse o homem. "Vamos, beba..."
Ela não disse nada, mas reparou na cicatriz no pulso direito. Suas lembranças fervilharam: gritos das suas irmãs, o fogo das tendas, destruição dos lares, os abusos... Seu coração acelerou-se com aquelas imagens em sua cabeça e a cicatriz era a que mais marcava, a que mais machucava, a que machucou.
"Está se sentindo bem?..."
Virando seu rosto por de traz das suas mãos, ela olhou fixamente nos olhos dele...
"Melhor agora... Pois encontrei você, Zamir... Todos vocês." - disse ela.
Os braceletes começaram a brilhar e foi quando o homem reparou nos escritos naquelas superfícies metálicas. Ele regalou os olhos e levou sua mão até sua espada, mas já era tarde de mais. Seu movimento foi obstruído por aquela selvagem que rapidamente bateu sua cabeça contra o copo sobre a mesa, cravando sua mão com uma adaga, fazendo gritar de dor.
"Dói, né? Isso é pra você lembrar o que você fez com elas, comigo... Pra todos vocês!" - bradou ela.
"Peguem-na!" - disse Zamir gemendo de dor.
Foi um alvoroço, todos foram pra cima da selvagem. Ela desembainhou sua espada e com um sorriso maléfico no rosto, pegou seu grandioso escudo, pulou por cima da mesa e foi ao encontro deles.
Espadas cintilavam no ar, cadeira e mesas espalhavam-se quebradas. O pobre dono da taverna escondeu-se por de traz do balcão.
Com movimentos rápidos ela conseguia desviar dos ataques, mesmo sendo sozinha, ela sabia defender-se. Seus anos de treinamento com suas irmãs estavam sendo usados naquele momento. Ela conseguiu levar a luta pra fora do local, ganhando território, mas eram muitos homens, eles se espalharam rapidamente pela rua de terra. Logo percebera que não foi uma boa escolha, mas nem tudo estava perdido. Eles tinham que pagar pelo que fizeram as suas irmãs. Rapidamente caminhou com seus olhos por todo o lugar e avistou uma viela próxima. Ainda em posição de defesa, caminhou sorrateiramente para o estreito caminho. Todos eles foram seguindo os seus passos.
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The Guardians
ФэнтезиO universo de "The Guardians" é repleto de fantasia, no qual, encontra-se bondade, maldade, companheirismo, individualismo. Por ironia, sorte ou azar, eles foram selecionados minuciosamente com habilidades distintas pelo destino. Explore esse unive...