Mar-do-sul

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De família nobre, o jovem garoto sempre ficava olhando os enormes navios nidonianos atracados no porto, sonhando um dia poder desbravar os mares com eles. Anos depois, esse dia chegou. Alistou-se. Mas o que ele, Mark, sabia sobre os mares e navios? Nada. Contudo, foi incumbido de trabalhar no arsenal do navio. Nunca tinha ficado perto de um canhão, muito menos manusear um. Mas aprendeu, e aprendeu muito bem.

Mark foi na missão de conquistar novas terras, para além do Mar-do-sul.

Chegaram a uma cidade portuária, conhecida como Sanin. Conquistaram a cidade sem grandes dificuldades. As bandeiras hasteadas sobre as duas torres que foram erguidas na frente da cidade, duraram apenas alguns anos, pois foram arrancadas a força, não pelo seus moradores, mas por uma criatura das profundezas, corpo de mulher e calda de peixe

Mark presenciou a tudo. Estava no navio que foi brutalmente atacado pela enorme serpente das águas que acompanhava a mulher-peixe com seu tridente. Porém, conseguiu escapar. Mas o melhor esconderijo foi a cidade que eles tinham conquistado.

Viveu escondido, disfarçado por um longo tempo. Adaptou-se a região, aos seus costumes... Aquele povo.

Dedicou-se a carpintaria, na confecção de barcos. Tornou-se um homem bem conhecido naquela região. Seu nome chegou aos ouvidos do capitão Jhon Helgar. Ficaram bem próximos. Não demorou muito e Mark já não encontrava-se mais como carpinteiro, mas sim, o mais novo membro da tripulação de Jhon. Retornou ao seu sonho de desbravar os mares. Claro que, muito mais que o sonho, era o desejo de encontrar novamente a temível criatura e dar um fim nela, assim como ela tinha feito com seus amigos, tempos atrás.

Muitos foram os meses sobre as águas, mas nada do seu desejo. Entretanto, Mark ficou sabendo dos saqueadores de veleiros, como também, tinha passado por isso. Então, mostrou suas verdadeiras habilidades para Jhon. Montou um verdadeiro arsenal de guerra, e assim, tornou-se o braço direito do capitão.

Um período de paz pairou sobre as águas, sob as ordens de Helgar. Mas como o mar e suas ondas, alguns desentendimentos começaram a emergir entre Jhon e Mark, até que cresceu e veio como uma forte onda sobre eles, afastando-os.

Mark, então, montou sua própria tripulação.

O oceano pode ser infinito, mas tem suas limitações.

O mais novo capitão saiu a procurar a serpente e a mulher-peixe para vingar seus companheiros, mas lá no horizonte, acabou encontrando aquele que um dia já foi seu amigo.

Os dois capitães chocaram-se sobre as águas. Mas Jhon não era mais o mesmo, nem mesmo sua tripulação. Todos de alguma maneira fazia parte do mar, assim como, da própria embarcação.

Mark e Jhon, mediram forças com seus canhões. Mas Helgar conseguiu afundar o veleiro de Mark no Mar-do-sul, e voltou a ser a ameaça dos mares. Entretanto, nem tudo que afunda permanece no fundo.

Tempos depois, Mark emergiu, mas não era mais aquele Mark, outra pessoa ficou no lugar. Outra coisa ficou em seu lugar.

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